Seguidores de Mursi fazem protestos perante iminente ação policial no Cairo
Os seguidores do presidente deposto do Egito, o islamita Mohammed Mursi, manifestaram-se neste domingo novamente nas ruas do Cairo, entre notícias de que a operação policial contra seus acampamentos está prestes a ser realizada.
As passeatas saíram de várias zonas da capital com destino aos acampamentos islamitas de Rabea al Adauiya e Al-Nahda, segundo informou a Coalizão para a Defesa da Legitimidade, que inclui os grupos partidários de Mursi.
A nota da aliança afirmou que os protestos ocorrem "enquanto milhões de defensores da legitimidade prosseguem em todas as praças da liberdade, especialmente nas de Rabea al Adauiya e Al-Nahda".
Fontes de segurança revelaram à Agência Efe que as medidas para dissolver estes dois acampamentos estão previstas para começar nas próximas horas e que em um prazo entre sete e dez dias elas deverão estar totalmente evacuadas.
O plano prevê uma ação policial para cercar Rabea al Adauiya e Al-Nahda, que iria se estreitando gradualmente. Além disso, serão feitos novos pedidos para que os manifestantes deixem as praças e a entrada de mais pessoas e alimentos ficará proibida, segundo as fontes.
A operação poderia ser adiada se a mediação anunciada pelo grande imã de Al-Azhar, a mais prestigiada instituição muçulmana sunita do mundo, o xeque Ahmed al Tayyip, obtiver algum resultado.
As autoridades defendem um roteiro que prevê uma emenda à Constituição e a realização de eleições presidenciais e parlamentares, enquanto os seguidores de Mursi exigem que este retome o poder.
Na quarta-feira passada, a presidência deu por concluído os esforços diplomáticos para encontrar uma solução à crise e o governo pediu aos islamitas que abandonem "rapidamente" os acampamentos no Cairo.
Ao que parece, as autoridades esperam o fim da festividade muçulmana de Eid ul-Fitr, que termina hoje, para iniciar uma eventual ação policial.