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África

Seca grave na África leva milhares a campos de refugiados

9 jul 2011 - 08h49
(atualizado às 10h06)
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A seca que vem castigando a região leste do continente africano, conhecida como Chifre da Africa, está sobrecarregando campos de refugiados em países da região. De acordo com a Anne Mwathe, enviada especial da BBC à região entre a Somália e o Quênia, campos de refugiados na região, já sobrecarregados, estão operando muito acima de sua capacidade. A seca é considerada a mais grave a atingir a região em 60 anos.

Três campos de refugiados na cidade de Daabab, a 100 quilômetros da fronteira com a Somália, estão abrigando um total de 370 mil refugiados, quando seu limite seria de 90 mil pessoas. Representantes da ONG médica disseram à BBC que o número de pessoas em um campo de refugiados somali dobrou em questão de dias ao longo desta semana e que o local agora conta com 5 mil refugiados.

Sem alimentos

A MSF é apenas uma das entidades assistenciais agindo dentro de áreas da Somália controladas pelo grupo islâmico militante al Shabaab. "Nós temos visto um aumento do número de pessoas desabrigadas que se refugiaram em acampamentos. Há uma semana,havia cerca de 300 famílias em um campo. Em questão de poucos dias, saltou para 800 famílias", afirmou Jon Beliveau, um representante da MSF na região conhecida como Chifre da Africa.

A organização está dando auxílio médico a essas 800 famílias - cerca de 5 mil pessoas - mas não conta com alimentos para dar a elas. De acordo com Jon Beliveau, os refugiados estão vivendo "um momento desesperador e vulenerável".

Somente água

De acordo com a Anne Mwathe, enviada especial da BBC à fronteira entre a Somália e o Quênia, a fronteira entre os dois países havia sido fechada no lado queniano, devido a temores de infiltração de milícias islamicas somalis ao longo da porosa e longa divisa. Mas o governo do Quênia informou que, por conta dos tratados internacionais do qual é signatário, não irá barrar a entrada de refugiados em busca de auxílio no país.

Weheleey Osman Haji, uma mãe de seis crianças de 33 anos, contou à enviada da BBC que caminhou ao longo de vários dias ao lado de seus filhos para fugir da seca, sem se alimentar. "Estamos caminhando há 22 dias bebendo apenas água. Desde que nasceu meu bebê, não como nada. Preciso agora de comida, vida, água e abrigo. Tudo que um ser humano precisa. A enviada da BBC conta que cartéis que lucram com o tráfico de pessoas estariam aproveitando a crise para cobrar de pessoas desabrigadas pela travessia da fronteira.

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