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África

Rússia diz que avião que caiu no Egito se partiu no ar

1 nov 2015 - 16h20
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A Rússia informou neste sábado que o avião da companhia Kogalimavia (Metrojet) que caiu ontem na Península do Sinai, no Egito, se partiu no ar, mas as dúvidas sobre as verdadeiras causas da tragédia se mantêm, enquanto o país chora a morte dos 224 passageiros a bordo da aeronave.

"A destruição aconteceu no ar, e os fragmentos ficaram espalhados por uma superfície de cerca de 20 quilômetros quadrados", disse Victor Sorochenko, diretor-executivo do Comitê de Aviação Interestatal da Rússia (CIA), à imprensa local após visitar o lugar do acidente.

Entretanto, ele afirmou que "é ainda cedo para tirar conclusões" sobre as causas da tragédia aérea, a maior da história da Rússia.

A Agência de Aviação Civil da Rússia (Rosaviatsia) também confirmou a teoria, ao afirmar que todos os indícios apontam a "destruição da estrutura do avião ocorreu em uma grande altitude".

Segundo fontes de transporte citadas pela agência "Tass", os especialistas russos encontraram na região fragmentos das asas do A-321, que mostravam indícios "de impactos térmicos e físicos", o que significa que o avião "pode ter se incendiado no ar".

No entanto, as explicações técnicas não respondem a grande pergunta sobre as causas da tragédia, como destacou o próprio ministro do Transporte da Rússia, Maxim Sokolov, que reconheceu que ainda há "muito pouca informação" sobre os motivos do acidente.

A hipótese de atentado está descartada, apesar de uma filial do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) ter afirmado que derrubou a aeronave. De acordo com o primeiro-ministro do Egito, Sherif Ismail, já que seria tecnicamente impossível que o avião fosse atingido por um míssil lançado da terra na altitude em que voava.

Segundo testemunhas oculares, o avião da companhia aérea russa já estava em chamas antes de cair em uma região montanhosa a cerca de 300 quilômetros da cidade de Al Arish, capital da província egípcia do Norte do Sinai.

No entanto, um porta-voz da Metrojet, que negou a suspensão de voos da companhia, declarou hoje à imprensa russa que o motivo da queda não pode ter sido uma falha ou incêndio no motor do Airbus.

No mesmo sentido, o ex-diretor da empresa, Sergei Mordvintsev, afirmou que o "A-321 é um avião seguro" e que "durante seu período de exploração seus motores não apresentaram nenhum problema".

A resposta para o mistério deve estar nas caixas-pretas do avião que, segundo o ministro de Transporte russo, sofreram "danos técnicos pequenos" e serão examinadas por especialistas de ambos nos países. Sokolov, porém, não explicou quando nem onde esse trabalho será feito.

Enquanto isso, as equipes de resgate russas chegaram ao local do desastre, uma região montanhosa de difícil acesso cercada por desertos, após serem escoltadas por mais de 300 quilômetros por soldados egípcios.

Mais de cem soldados do Ministério para a Situação de Emergências começaram a percorrer na tarde de hoje uma área de 16 quilômetros quadrados, já que alguns corpos estão a oito quilômetros do local da queda. Até o momento, 171 vítimas foram encontradas, grande parte delas por brigadas de busca formadas pelas autoridades locais.

Imagens tiradas do espaço e drones contribuem no trabalho de resgate. Elas mostram com clareza o ponto da queda do avião.

Legistas russos já examinaram mais de cem corpos nos necrotérios e hospitais do Cairo, capital do Egito, apesar do processo de identificação estar sendo realizado em São Petersburgo, destino do avião, que tinha decolado da cidade de Sharm el-Sheikh, um dos locais favoritos dos turistas russos.

Para isso, as equipes estão coletando amostras de sangue dos familiares das vítimas da tragédia para identificá-las por DNA.

O primeiro avião que levará os corpos do Airbus à Rússia decolará antes da meia-noite de hoje do Egito.

O Kremlin colocou hoje a bandeira russa a meio mastro, em uma homenagem às vítimas, depois de o presidente do país, Vladimir Putin, ter declarado o domingo como dia de luto nacional.

EFE   
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