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Mundo

Regime líbio diz que Otan não pode parar guerra

2 ago 2011 - 18h29
(atualizado às 18h47)
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Forças leais a Muammar Kadafi mataram sete rebeldes nesta terça-feira em um contra-ataque numa cidade estratégica, disseram fontes hospitalares, enquanto o regime prometeu continuar a guerra contra a insurgência iniciada há cinco meses.

Um filho de Kadafi disse que o conflito continuará até a rebelião ser esmagada, independentemente de a Otan suspender ou não seus bombardeios. A declaração deixa pouca margem para uma solução diplomática no conflito que já matou milhares de pessoas e dividiu a Líbia.

Com a chegada do mês sagrado do ramadã, os rebeldes e seus apoiadores ocidentais mantiveram a pressão contra o governo Kadafi. A Otan bombardeou alvos militares e lançou sobre a capital panfletos aconselhando os legalistas a se renderem.

Os rebeldes, que controlam praticamente metade do país, mas enfrentam divisões internas e costumam perder terreno em contra-ataques das forças governistas, mais bem armadas e treinadas, consolidaram seus avanços ao redor de Zlitan, cidade importante que fica 160 km a leste de Trípoli.

Os rebeldes dominam a maior parte do leste da Líbia e lançaram uma ofensiva nas Montanhas Ocidentais, perto da Tunísia, e a partir de Misrata, terceira maior cidade líbia e que continuou sob controle dos insurgentes após várias semanas de combates na rua. Eles esperam agora marchar na direção de Trípoli, passando por Zlitan.

Mas forças hospitalares em Misrata disseram que um contra-ataque das forças de Kadafi na manhã de terça-feira matou sete rebeldes e feriu outros 65 em Zlitan.

Um repórter da Reuters entre as duas cidades viu colunas de fumaça e ouviu tiroteios intermitentes vindo de Zlitan.

A luta continua

O regime de Kadafi mantém o tom de desafio contra a rebelião. "Ninguém deve achar que, depois de todos os sacrifícios que já fizemos, do martírio dos nossos filhos, irmãos e amigos, vamos parar de lutar. Esqueçam", disse Saif al Islam, filho de Kadafi, a famílias que fugiram do enclave rebelde de Benghazi, no leste.

"Independentemente de a Otan sair ou não, a luta vai continuar até toda a Líbia estar liberada", acrescentou ele no encontro, que ocorreu no domingo, mas só foi mostrado na noite de segunda-feira pela TV estatal. Fazia semanas que Saif al Islam não falava em público.

Anteriormente, o regime líbio dizia que aceitaria negociar se a Otan parasse os bombardeios. Na semana passada, no entanto, um enviado especial da ONU esteve na Líbia e, após encontros com as partes beligerantes, saiu sem perspectiva de acordo.

Kadafi pode também estar tentando se aproveitar das divisões decorrentes do assassinato, na semana passada, do principal comandante militar rebelde, em circunstâncias ainda obscuras.

Ramadã

O mês islâmico do ramadã, dedicado ao jejum, começou na segunda-feira na Líbia, e muitos imaginavam que ele poderia levar a uma trégua nos combates. Mas rebeldes em Zlitan se mostravam otimistas após o primeiro dia de jejum.

"O jejum só aumentou nossa determinação e resolução de derrotar as brigadas do tirano e liberar Zlitan inteiramente, se Deus quiser, e chegar à nossa capital, Trípoli, se Deus quiser," disse o comandante rebelde Husam Hussein, cuja unidade avançou pela periferia leste de Zlitan.

A Otan disse ter atingido na segunda-feira dezenas de alvos, inclusive paiois de munição e sistemas de mísseis do regime.

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