Rebeldes iniciam grande ataque contra residência de Kadafi
Os rebeldes líbios iniciaram nesta terça-feira um grande ataque contra a residencia do coronel líbio Muamar Kadafi, segundo correspondentes da AFP.
"Os revolucionários estão tentando entrar pelo Portão Velho no lado oeste. Se conseguirem, o combate passará para a parte de dentro do complexo", afirmou Muftah Ahmad Othman, combatente em Trípoli, ao canal de televisão Al Arabiya.
A rede britânica Sky TV também divulgou que fumaça era vista saindo do complexo depois de um ataque aéreo da Otan. Também era possível ouvir confrontos pesados perto do hotel onde estão jornalistas estrangeiros em Trípoli, segundo uma testemunha da Reuters.
Anteriormente, os rebeldes já haviam travado violentos combates com artilharia pesada e foguetes ao redor do complexo residencial do coronel líbio Muammar Kadafi, no bairro de Bab al-Aziziya em Trípoli. O quartel-general do ditador fica perto do hotel Rixos, onde estão hospedados muitos jornalistas estrangeiros.
Para aumentar ainda mais a tensão no país, Seif al-Islam, influente filho de Kadafi, reapareceu na madrugada desta terça-feira para desmentir sua prisão e reforçar a sensação de grande confusão que reina em Trípoli, controlada em sua maior parte pelos rebeldes, que proclamaram o fim da era Kadafi.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.