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Rebeldes dizem controlar cidade de Kadafi e rumam para o sul

17 set 2011 - 08h25
(atualizado às 13h03)
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Os combatentes das novas autoridades líbias aumentaram neste sábado a pressão contra os redutos leais a Muammar Kadafi, após o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) pela ONU. Pelo menos 6.000 combatentes do CNT, órgão político da rebelião, foram mobilizados na frente de Sirte, cidade natal do ex-ditador que está foragido, situado 360 km ao leste de Trípoli, informou Salem Jeha, comandante do conselho militar insurgente em Misrata.

Comboio de combatentes leais ao CNT se dirige à cidade de Sirte neste sábado
Comboio de combatentes leais ao CNT se dirige à cidade de Sirte neste sábado
Foto: Reuters

De acordo com Jeha, o aeroporto de Sirte está sob controle total dos combatentes pró-CNT desde sexta-feira. "A partir de agora, nos concentramos em um grupo de edifícios da cidade e seus arredores, especialmente Wadi Abu Hadi, onde se concentraram as forças de Kadafi", explicou. "Talvez existam focos de resistência, mas não serão capazes de conter as grandes forças dos revolucionários. A libertação de Sirte já está resolvida, nosso objetivo agora é libertar o sul", completou Jeha. De acordo com ele, as tropas do CNT fazem o possível para evitar perdas humanas e metade dos civis fugiram da cidade quando as forças rebeldes entraram na cidade.

Enquanto a ofensiva rebelde prossegue, o CNT, que já havia sido reconhecido por quase 50 países, entre eles o Brasil, conquistou o direito de ocupar a vaga da Líbia na Assembleia Geral da ONU. Assim, o líder do CNT Mustafa Abdel Jalil participará na reunião anual de Nova York que começa na próxima semana. Também está programado um encontro com o presidente americano Barack Obama.

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque. Na dia 23 de agosto, os rebeldes invadiram e tomaram o complexo de Bab al-Aziziya, em que acreditava-se que Kadafi e seus filhos estariam se refugiando, mas não encontraram sinais de seu paradeiro. De acordo com o CNT, mais de 20 mil pessoas morreram desde o início da insurreição.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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