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Presidente da Líbia garante que não há "limpeza étnica" em Bani Walid

19 out 2012 - 22h06
(atualizado às 22h15)
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O presidente do parlamento da Líbia, Mohammed al Magrif, a autoridade máxima do país, garantiu nesta sexta-feira que não está acontecendo uma "limpeza étnica" contra a população de Bani Walid, situada ao sul de Trípoli, mas uma ofensiva em busca de criminosos.

"Estas operações militares não têm como objetivo a cidade ou a sua população, mas gente malvada, procurada pela justiça, acusados que espreitam entre sua honrada população", disse Magrif em relação aos enfrentamentos que explodiram nesta semana entre milícias rebeldes da cidade e milícias pró-governo.

Em discurso pronunciado na televisão estatal, Magrif insistiu que não "é uma guerra de extermínio, de limpeza étnica como dizem alguns".

Os habitantes desta cidade acusaram às milícias pró-governo de bombardear de maneira arbitrária a cidade e de matar civis.

Em Bani Walid, o penúltimo bastião de Kadafi a cair nas mãos dos rebeldes, os milicianos regulares são acusados de revanchismo, enquanto as brigadas que lutam junto às novas autoridades acusam os moradores desta localidade de dar cobertura aos delinquentes.

O presidente do parlamento também afirmou que os enfrentamentos, que causaram "numerosas mortes e feridos", explodiram após o fracasso dos contatos entre os dirigentes e os xeques locais.

O dirigente líbio, que classificou o ocorrido de "lamentável", explicou que sua origem se remete "a questões históricas e à negligência em abordar questões importantes e perigosas".

Entre estas questões, citou o fato de que não foi completada a "libertação" de algumas áreas do país, que não se constituiu o Exército e nem foram ativados os serviços de segurança.

Também se referiu à proliferação de armas e ao fato de que não foi dada importância suficiente aos milicianos revolucionários nem às vítimas do conflito que acabou com o regime do ditador Muammar Kadafi.

Além disso, mencionou a necessidade de reformas, de avançar em direção à reconciliação nacional, a reconstrução do sistema judiciário, a falta de oportunidades de trabalho e a necessidade de investimento na educação dos jovens.

Um conjunto de fatores que, para Magrif, provocaram a "destruição dos diferentes segmentos da sociedade e favoreceram a proliferação do caos e da corrupção.

EFE   
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