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África

Países mantêm expectativa e buscam notícias sobre sequestrados na Argélia

18 jan 2013 - 10h25
(atualizado às 10h29)
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A crise instaurada após o sequestro de centenas de argelinos e dezenas de estrangeiros por um grupo islamita em um campo de tratamento de gás na Argélia continua em meio a uma enorme tensão dos países com cidadãos entre os reféns.

A sorte dos sequestrados desde quarta-feira em In Amenas, no deserto argelino fronteiriço com a Líbia, é a grande preocupação após a operação das forças argelinas, que terminou com um número indeterminado de mortos e feridos entre os reféns.

Segundo os terroristas, dos 41 estrangeiros que permaneciam em seu poder, 35 perderam a vida durante o bombardeio do Exército argelino, números que não foram confirmados oficialmente.

Confira as reações do países que têm cidadãos sequestrados:.

R. UNIDO.

A única certeza das autoridades britânicas é de que pelo menos um refém britânico morreu na crise que ainda está "em curso", segundo informou nesta sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores, que não pôde dar detalhes sobre o número total de britânicos sequestrados.

"Nossa prioridade continua sendo a segurança dos britânicos e seus companheiros de trabalho. Não podemos fornecer nenhum detalhe que possa pôr em perigo suas vidas, mas trabalhamos contra o relógio para resolver a crise", explicou o Ministério das Relações Exteriores.

O campo onde ocorreu o sequestro é operado pela multinacional britânica BP, além da norueguesa Statoil e da argelina Sonatrach.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que ontem falou duas vezes com seu colega argelino, Abdelmalek Sellal, e também com o presidente dos Estados Unidos, Barcak Obama, assegurou que o Reino Unido devia se preparar para receber "más notícias".

Cameron suspendeu o discurso que ia a pronunciar hoje em Amsterdã sobre a relação do Reino Unido com a União Europeia (UE), enquanto seu titular das Relações Exteriores, William Hague, que fazia uma visita oficial à Austrália, está retornando ao país para participar das reuniões do comitê de emergência.

Ontem, o governo britânico expressou sua inquietação por não ter sido informado antes pelas autoridades argelinas de sua decisão de intervir militarmente no campo.

JAPÃO

O Governo do Japão convocou nesta sexta-feira o embaixador da Argélia em Tóquio para transmitir sua preocupação com os sequestrados, entre os quais figuram agora 14 japoneses após confirmar que três japoneses - um deles com ferimentos leves- se encontram a salvo.

A empresa japonesa "JGC" - que tinha 78 empregados no campo, incluindos os 17 japoneses - confirmou por enquanto que seis de seus empregados estão a salvo: dois filipinos e um romeno, além dos três japoneses, segundo a televisão pública "NHK".

Os três japoneses conseguiram telefonar e confirmar que se encontravam bem, sem poder dar mais informações sobre a situação do resto de seus companheiros.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que se encontrava em uma viagem pelo Sudeste Asiático, decidiu encurtar seu compromisso e retornar na primeira hora de amanhã para Tóquio.

Alguns meios de imprensa apontaram que entre os falecidos durante a operação militar argelina havia dois japoneses, mas por enquanto nem o Governo japonês e nem a empresa JGC ofereceram informações sobre este fato.

FRANÇA

Pelo menos dois cidadãos franceses sobreviveram ao ataque do Exército da Argélia, informou nesta sexta-feira o ministro francês do Interior, Manuel Valls.

"Só temos notícias de que dois retornaram, mas infelizmente é só", disse Valls, antes de afirmar que havia "poucos franceses nessa base".

O presidente da França, François Hollande, afirmou na quinta-feira que a libertação dos argelinos e estrangeiros sequestrados foi desenvolvida "em condições dramáticas" e destacou também que o ataque "justifica a decisão de ajudar o Mali".

NORUEGA

A companhia petrolífera norueguesa Statoil anunciou nesta sexta o resgate de um de seus empregados, sendo agora 9 dos 17 trabalhadores da empresa que se encontram a salvo.

"A situação dos oito empregados restantes é incerta", assinalou Statoil em comunicado, no qual informa, além disso, que um primeiro avião procedente da Argélia aterrissou ontem à noite em Londres com 22 empregados, outros 18 aterrissaram em dois aviões em Palma de Mallorca (Espanha), enquanto um quarto avião voará hoje à Argélia para repatriar mais trabalhadores.

O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, admitiu ontem à noite que a situação no local era "muito confusa" e mostrou seu "profundo pesar" pela falta de dados certos e ressaltou que há "muitas e contraditórias informações".

EUA

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, analisou ontem com Cameron a situação criada pelo sequestro de trabalhadores na Argélia, além da crise do Mali.

Previamente, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou em sua entrevista coletiva diária que o Governo de Estados Unidos estão seguindo de perto os eventos.

"A informação que temos até este momento indica que cidadãos americanos estão entre os reféns. Mas não temos, neste momento, mais detalhes para oferecer. Estamos preocupados pelas informações que chegam sobre a perda de vidas e pedimos esclarecimentos ao Governo da Argélia", disse Carney.

FILIPINAS

Pelo menos 20 pessoas de nacionalidade filipina foram levadas como reféns, confirmou nesta sexta-feira um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores das Filipinas, que acrescentou que pelo menos um conseguiu escapar antes da operação das forças especiais do Exército argelino.

No entanto, as autoridades filipinas não puderam confirmar se algum de seus cidadãos se encontra entre as vítimas mortais da operação realizada ontem.

"As autoridades argelinas admitiram que há mortos e feridos no lado dos reféns após a operação realizada pelas forças militares da Argélia, mas não deu detalhes e nem confirmou quantas pessoas foram libertadas", indicou o porta-voz.

EFE   
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