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África

ONU ameaça usar força letal contra rebeldes no Congo

15 jul 2013 - 20h04
(atualizado às 20h26)
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As tropas da ONU estão prontas para usar "força letal" para conter o avanço rebelde na cidade de Goma, na República Democrática do Congo, após a deflagração de novos confrontos, informou um porta-voz da organização nesta segunda-feira.

Nas últimas semanas, a ONU enviou uma brigada de intervenção com cerca de 3.000 homens para o leste da RDC. A brigada conjunta de África do Sul, Tanzânia e Malauí tem um mandato sem precedentes do Conselho de Segurança para agir contra grupos armados.

De acordo com o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, "a missão na RDC colocou suas tropas em alerta máximo e está preparada para tomar qualquer medida necessária, incluindo o uso de força letal para proteger civis".

"Qualquer tentativa por parte do Movimento de 23 de Março (M23) para avançar em direção a Goma será considerada uma ameaça direta aos civis", completou.

Os combates travados desde domingo em Mutaho, perto de Goma (leste da República Democrática do Congo), deixaram 130 mortos, incluindo 120 rebeldes e dez soldados, indicou o governo congolês nesta segunda.

Disparos de morteiros eram ouvidos dos arredores de Goma, a capital regional de Kivu-Norte, segundo fontes locais. Além disso, vários tanques do Exército congolês continuam a disparar contra posições do movimento rebelde M23, constatou um fotógrafo da AFP, que viu milhares de refugiados fugindo rumo a Goma.

Esses confrontos começaram domingo à tarde em Mutaho, cerca de dez quilômetros ao norte de Goma, e prosseguiam nesta segunda. Os confrontos envolvem, até o momento, apenas rebeldes do Movimento de 23 de Março (M23) e soldados do Exército congolês. As forças da ONU não intervieram, segundo o porta-voz.

O M23 é formado por ex-soldados congoleses que se amotinaram e receberam homens e munições de Uganda e Ruanda, de acordo com a RDC e as Nações Unidas. Ambos os países negam qualquer assistência ao M23.

O movimento rebelde, que chegou a ocupar Goma durante dez dias em novembro de 2012, deixou a cidade sob pressão dos países da região em troca de negociações com o governo.

As negociações de paz iniciadas em dezembro em Kampala não avançaram muito, já que o governo se recusa a estendê-las aos níveis político e social.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou em março uma resolução criando uma brigada de intervenção de 3.000 homens dentro da Missão de Estabilização na RDC (Monusco), para neutralizar os grupos armados no leste da RDC.

Para fugir da violência, 65.000 congoleses já buscaram refúgio em Uganda, segundo novas estimativas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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