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África

Obama condena violência no Egito e cancela exercícios militares

15 ago 2013 - 14h13
(atualizado às 14h15)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou nesta quinta-feira a sangrenta repressão no Egito, anunciando o cancelamento de exercícios militares conjuntos marcados para o próximo mês e que a cooperação norte-americana não poderia continuar enquanto civis eram mortos.

"Os Estados Unidos condenam duramente as medidas que foram tomadas pelo governo interino do Egito e as forças de segurança", disse Obama na ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts, onde passa férias.

"Lamentamos a violência contra civis. Apoiamos os direitos universais essenciais à dignidade humana, inclusive o direito ao protesto pacífico", disse. Ao menos 525 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridos.

Obama disse que os Estados Unidos haviam informado as autoridades egípcias sobre o cancelamento de um exercício militar conjunto chamado de "Bright Star", programado para acontecer no próximo mês.

O exercício, que data de 1981, é visto como um pilar nas relações militares entre EUA e Egito e começou depois dos Acordos de Paz de Camp David entre o Egito e Israel.

"Embora queiramos manter nossa relação com o Egito, nossa cooperação tradicional não pode continuar como de costume quando civis estão sendo mortos nas ruas e os direitos estão sendo revertidos", disse Obama.

"O povo egípcio merece coisa melhor do que vimos nos últimos dias. E ao povo egípcio, deixe-me dizer: o ciclo e a escalada de violência precisam parar".

O exercício militar conjunto, realizado a cada dois anos, foi cancelado em 2011 por causa da agitação política no Egito depois da derrubada do presidente autocrata e aliado norte-americano Hosni Mubarak.

Na quinta-feira, centenas de simpatizantes da Irmandade Muçulmana do Egito invadiram um prédio governamental no Cairo e o incendiaram, enquanto a fúria contra uma repressão das forças de segurança ao movimento islamita, que matou centenas de pessoas, se espalhava para as ruas.

Obama disse que o estado de emergência deveria ser levantado no Egito e um processo de reconciliação nacional deveria começar. Observou que os Estados Unidos não tomavam partido com nenhum grupo político no conflito.

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