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África

Obama condena episódios de violência no Egito

15 ago 2013 - 12h43
(atualizado às 12h55)
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O presidente Barack Obama condenou energicamente a violência no Egito e anunciou o fim dos exercícios conjuntos entre este país e os Estados Unidos em protesto pela morte de centenas de manifestantes egípcios.

Obama alertou que o Egito está indo por um "caminho muito perigoso", mas não suspendeu a ajuda militar anual de seu país no valor de US$ 1,3 bilhão.

Também não hesitou em pedir que as autoridades egípcias, instaladas no poder pelo exército, levantem o estado de emergência e permitam protestos pacíficos.

"Embora desejemos manter o nosso relacionamento com o Egito, a nossa cooperação tradicional não pode continuar como de costume quando os civis estão sendo mortos nas ruas e os direitos estão sendo suspensos", disse Obama a jornalistas em sua casa de férias de Martha's Vineyard.

Obama afirmou que os Estados Unidos informaram ao Egito que estavam suspendendo os exercícios militares Bright Star, realizados a cada dois anos desde 1981.

Estes exercícios também foram cancelados em 2011, quando o Egito estava no auge da revolta que derrubou seu ex-ditador Hosni Mubarak, um aliado próximo dos Estados Unidos.

O Egito vive dias de tensão desde a deposição de Mohamed Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito no país, no dia 3 de julho.

Mais de 500 pessoas morreram desde quarta-feira, quando as forças de segurança egípcias, desafiando os apelos à contenção por parte dos Estados Unidos e de outras potências, realizaram uma ofensiva contra as manifestações pró-Mursi.

Os Estados Unidos têm evitado chamar a deposição de Mursi de golpe de Estado, uma designação que exigiria o corte da ajuda americana ao Egito.

Obama afirmou que Mursi era "não inclusivo" e que "talvez mesmo a maioria" dos egípcios se opusessem ao líder da Irmandade Muçulmana.

"Embora não acreditemos que a força seja a maneira de resolver as divergências políticas, após a intervenção do exército, há várias semanas, ainda havia uma chance de reconciliação e uma oportunidade de seguir um caminho democrático", disse Obama.

"Em vez disso, vimos ser tomado um caminho mais perigoso, através de prisões arbitrárias, de uma ampla repressão às associações e simpatizantes do Sr. Mursi, e agora uma violência trágica que tem tirado a vida de centenas de pessoas", ressaltou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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