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África

Obama anuncia cancelamento de exercícios militares bienais com Egito

15 ago 2013 - 13h10
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Washington, 15 ago (EFE)- O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira o cancelamento de exercícios militares conjuntos previstos com o Egito e a avaliação de outras medidas perante o aumento de violência no país, que já contabiliza pelo menos 525 mortos.

"O povo egípcio merece algo melhor do que o que vimos nos últimos dias. O ciclo de violência deve parar", disse Obama em declaração desde a ilha de Martha's Vineyard (Massachusetts), onde passa férias.

"Nesta manhã, notificamos o Governo egípcio sobre o cancelamento de nosso exercícios militares bienais com o Egito, que estavam previstos para o próximo mês", indicou.

O líder condenou "categoricamente os passos tomados pelo Governo interino e as forças de segurança" para reprimir os protestos, e lembrou que a cooperação com o Egito está "no interesse da segurança nacional" dos EUA.

"Mas a cooperação tradicional não pode continuar como de costume quando civis estão sendo mortos nas ruas e tendo seus direitos restringidos", acrescentou.

"Depois, pedi para minha equipe de segurança nacional avaliar as implicações das ações tomadas pelo Governo interino e futuros passos que possamos dar se for necessário com respeito à relação entre Estados Unidos e Egito", indicou.

Fontes do Pentágono confirmaram na quarta-feira à Agência Efe que avaliam o cancelamento dos exercícios militares, o que representa a segunda medida americana perante a instabilidade no Egito, após a suspensão do envio de quatro aviões caça F-16 ao país no mês passado.

Após a derrocada do presidente Mohammed Mursi em 3 de julho pelos militares, os EUA refletiram durante mais de três semanas sobre qualificar o ocorrido como "golpe" ou não, algo que teria forçado a suspensão da entrega de US$ 1,5 bilhões em ajuda ao país.

Finalmente, o Departamento de Estado anunciou em 26 de julho que não tomaria nenhuma decisão a respeito, ao considerar que não beneficiaria o "interesse nacional" dos EUA cancelar a ajuda ao país, destinada em boa parte a fortalecer a fronteira com Israel.

Obama ressaltou hoje a "complexibilidade" da situação que rodeou a derrocada de Mursi, que "foi eleito presidente em eleições democráticas, mas com um Governo não inclusivo e que não respeitava as opiniões de todos os egípcios".

"Sabemos que muitos egípcios, milhões de egípcios, talvez inclusive uma maioria de egípcios pediram uma mudança de rumo", assegurou.

"Não achamos que a força seja a forma de resolver as diferenças políticas e, após a intervenção dos militares há uma semana, seguia havendo uma oportunidade para a reconciliação e uma oportunidade de buscar um caminho democrático", acrescentou.

EFE   
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