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África

Novo presidente da Nigéria elogia antecessor por transição pacífica

1 abr 2015 - 12h36
(atualizado às 12h36)
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Vencedor da eleição presidencial da Nigéria, Muhammadu Buhari parabenizou seu antecessor, Goodluck Jonathan, por entregar o cargo pacificamente nesta quarta-feira, um dia depois de se tornar o primeiro político da história nigeriana a substituir um presidente pela via das urnas.

Pessoas comemoram vitória de Muhammadu Buhari na eleição da Nigéria. 31/03/2015
Pessoas comemoram vitória de Muhammadu Buhari na eleição da Nigéria. 31/03/2015
Foto: Akintunde Akinleye / Reuters

Jonathan realizou um gesto inédito ao telefonar a Buhari para reconhecer a derrota e exortou seus apoiadores a aceitarem o resultado, um sinal do enraizamento da democracia na nação mais populosa da África que poucos esperavam.

“O presidente Jonathan foi um adversário valoroso, e estendo a mão da camaradagem a ele”, disse Buhari a repórteres e apoiadores, ao som de aplausos entusiasmados.

“Provamos ao mundo que somos pessoas que adotaram a democracia. Deixamos o Estado de partido único para trás”.

O general de 72 anos, quer chegou ao poder pela primeira vez três décadas atrás por meio de um golpe de Estado, fez campanha dizendo ser um convertido à democracia determinado a erradicar os políticos corruptos da Nigéria.

A margem de votos –Buhari teve 15,4 milhões de votos contra 13,3 milhões de Jonathan– foi suficiente para refrear qualquer contestação legal.

“O presidente Jonathan colocou os interesses do país em primeiro lugar ao reconhecer a eleição”, disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O principal índice da bolsa da Nigéria subiu 6,7 por cento, o melhor resultado do ano, e os títulos do país, indexados em dólares, também subiram em meio ao alívio com a ausência de violência e fraude que prejudicaram pleitos anteriores.

“O contexto mudou... houve 16 anos de democracia, há uma Constituição, há salvaguardas legais”, afirmou o alto comissário britânico para a Nigéria, Andrew Pocock, à rádio BBC.

Os investidores também estão cautelosamente otimistas de que uma repressão à corrupção levada a cabo por Buhari irá estimular os investimentos e fortalecer o crescimento da maior economia africana.

A regras determinam que Jonathan deve entregar o cargo oficialmente no dia 29 de maio.

O governista Partido Democrático do Povo (PDP) está no poder desde o final do regime militar, em 1999, mas vinha perdendo popularidade devido a uma série de escândalos de corrupção no setor petrolífero e ao desempenho do governo no combate à insurgência islâmica do Boko Haram.

“Vocês votaram pela mudança, e agora a mudança chegou”, disse Buhari.

(Por Alexis Akwagyiram)

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