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África

Novo governo do Egito busca maior proeminência regional

20 jul 2013 - 18h13
(atualizado às 18h31)
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O novo gabinete militar do Egito deixou claro neste sábado que deseja um papel mais afirmativo na política regional, exortando a Etiópia a comparecer às conversas sobre uma represa no Rio Nilo e ressaltando que deseja mudanças na Síria.

"A liderança do Egito é inevitável", disse Nabil Fahmy, ministro das Relações Exteriores e membro do governo interino empossado só quatro dias atrás, após a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi em 3 de julho.

Fahmy, ex-embaixador do Egito nos Estados Unidos, propôs uma série de prioridades semelhantes a Mursi, embora com tom diferente, ressaltando que os distúrbios locais em andamento não minariam a influência internacional egípcia.

"Pretendo ativar o papel internacional do Egito, especialmente em assuntos relacionados à segurança nacional, e recuperar o status árabe e regional do Egito", disse ele.

Sob Mursi, o Egito assumiu uma postura mais estridente contra o presidente sírio Bashar al-Assad, que combate forças rebeldes que buscam tirá-lo do poder. No mês passado, Mursi declarou apoiar uma zona de exclusão aérea sobre a Síria e cortou todos os laços diplomáticos com Damasco.

Fahmy disse aos repórteres que esta decisão está sob revisão, mas que o gabinete interino ainda deseja mudanças na Síria.

"Apoiamos o povo sírio e suas aspirações à liberdade", afirmou, acrescentando que irá se encontrar com Ahmad Jarba, o líder da opositora Coalizão Nacional Síria, no domingo.

Entretanto, Fahmy se distanciou firmemente da Irmandade Muçulmana de Mursi, que no mês passado se uniu a um clamor de clérigos sunitas por uma jihad, ou guerra santa, contra Assad e seus aliados xiitas.

"Não há intenções de uma jihad na Síria", disse. Indicando que os planos etíopes de construir uma represa no Rio Nilo continuam sendo uma preocupação considerável, o Ministério das Relações Exteriores do Egito disse em um comunicado esperar que as chances de se chegar a um acordo com Addis Abeba não evaporem.

O Egito teme que a represa de 4,7 bilhões de dólares que a Etiópia quer erguer perto de sua fronteira com o Sudão, reduzirá o fluxo de água, vital para seus 84 milhões de habitantes e sua agricultura.

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