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África

Nigéria declara estado de emergência em três áreas do norte do país

14 mai 2013 - 17h34
(atualizado às 18h11)
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O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, declarou nesta terça-feira estado de emergência em três Estados do norte do país, após uma onda de ataques mortíferos, a maioria atribuída à milícia radical islâmica Boko Haram.

"Após os últimos eventos nos estados afetados, fez- se necessário para o governo tomar medidas extraordinárias para restaurar a normalidade. Após várias consultas, declaro estado de emergência em Borno, Yobe e Adamawa", anunciou Jonathan em discurso emitido por rádio e televisão.

O presidente nigeriano destacou que, "deste modo, solicitou ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas que posicione mais tropas nestes Estados para operações de segurança internas mais efetivas".

Segundo Jonathan, essas tropas e "outras agências de segurança envolvidas nessas operações têm ordens de realizar todas as ações necessárias, dentro de seus protocolos de combate, para acabar com a impunidade de insurgentes e terroristas".

Estas normas "incluem a autoridade para prender e deter suspeitos, a posse e controle de qualquer estrutura usada com fins terroristas, o isolamento de qualquer zona de operações terroristas, a prática de registros e a captura de pessoas em posse ilegal de armas".

Para o presidente nigeriano, a rebelião registrada no norte do país, de maioria muçulmana, representa uma séria ameaça para a integridade da Nigéria.

"Estes terroristas e insurgentes parecem decididos a tomar o controle e a autoridade de zonas de nossa nação e, progressivamente, encurralar o resto do país", acrescentou.

Jonathan denunciou que "atacaram edifícios governamentais, assassinaram cidadãos inocentes e funcionários estatais, incendiaram casas e sequestraram mulheres e crianças".

"Estas ações equivalem a uma declaração de guerra e uma tentativa deliberada de minar a autoridade do Estado nigeriano e ameaçar sua integridade territorial (...). Não as toleraremos", advertiu.

O Executivo de Abuja tentou recentemente entabular conversas com os fundamentalistas para conceder uma anistia àqueles que quisessem abandonar a violência, oferta que rejeitaram.

Jonathan não descartou esta alternativa e assegurou que continuará "com diversas formas de aproximação para resolver o problema".

Maiduguri, capital de um dos estados afetados, Borno, é considerada o reduto do Boko Haram.

O grupo, cujo nome significa em línguas locais "a educação ocidental é pecado", luta supostamente para impor a lei islâmica no país africano, de maioria muçulmana no norte e preponderância cristã no sul.

Desde 2009, quando a polícia acabou com o líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou mais de três mil mortes, segundo números do Exército nigeriano.

Com 170 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, país mais povoado da África, vive múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.

EFE   
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