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África

Nigéria condena grupos fundamentalistas Boko Haram e Ansaru

5 jun 2013 - 05h04
(atualizado às 05h09)
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O governo da Nigéria condenou os grupos fundamentalistas islâmicos Boko Haram e Ansaru, ambos atuantes no norte do país, e ditou severas penas de prisão para seus membros e simpatizantes.

Em comunicado emitido no final da noite de ontem, o governo nigeriano anunciou que o chefe de Estado, Goodluck Jonathan, aprovou formalmente a proibição e autorizou a emissão de uma ordem que declara ilegal as atividades dos dois grupos, tido como terroristas.

"A legislação estipula um período de prisão de pelo menos 20 anos para qualquer pessoa que conscientemente, de qualquer modo, direta ou indiretamente, empreste ou ofereça ajuda para cometer um ato de terrorismo ou a um grupo terrorista", indicou o texto.

A norma descreveu "apoio" como incitação a cometer um ato terrorista através da internet ou qualquer meio eletrônico, através de material impresso e da divulgação de informação terrorista.

Além disso, o "apoio" citado na nota também se refere à receptação e fornecimento de materiais, armas - incluindo biológicas, químicas e nucleares - explosivos, treino, transporte, documentação falsa a terroristas ou grupos terroristas, informação ou sustento moral, além do convite a uma possível união.

Além disso, a definição inclui a entrada ou permanência em um país para, sob a direção ou associação de um grupo terrorista, provisão de serviços de caráter financeiro ou similares.

Segundo o comunicado, a lei "traz oficialmente as atividades dos dois grupos ao âmbito da Lei de Prevenção do Terrorismo e, a partir de agora, qualquer pessoa associada com qualquer uma delas pode ser legalmente processada e sentenciada às penas especificadas" na lei.

Esta proibição foi emitida um dia depois que os Estados Unidos qualificassem o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, de terrorista, e oferecesse US$ 7 milhões por sua captura.

Desde o último dia 16 de maio, a Nigéria realiza uma ofensiva antiterrorista nos estados de Yobe, Borno e Adamawa, no nordeste do país (todos eles sob estado de emergência), após um aumento da atividade criminosa nessa zona, onde operam os fundamentalistas do Boko Haram.

O Governo nigeriano tentou recentemente estabelecer conversas com os radicais para conceder uma anistia a aqueles que queiram deixar a violência, uma oferta que foi categoricamente rejeitada pelos fundamentalistas.

Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais "a educação não islâmica é pecado", luta supostamente para impor a lei islâmica no país africano, de maioria muçulmana no norte e preponderância cristã no sul.

Desde 2009, quando a Polícia acabou com o líder de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já causou mais de 3 mil mortes, segundo números do Exército nigeriano.

Com aproximadamente 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.

EFE   
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