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África

Ataques terroristas em eleições deixam mortos na Nigéria

O líder do grupo armado islâmico ameaçou em fevereiro interromper o processo eleitoral que considera "em desacordo com o Islã"

28 mar 2015 - 09h51
(atualizado às 17h44)
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Nigerianos buscam os seus nomes nas listas de eleitores antes de participar da eleição presidencial em Lagos, Nigéria, neste sábado
Nigerianos buscam os seus nomes nas listas de eleitores antes de participar da eleição presidencial em Lagos, Nigéria, neste sábado
Foto: Kunle Ogunfuyi / AP

Homens armados mataram ao menos 25 pessoas, incluindo um político da oposição, perto de estações eleitorais no nordeste da Nigéria entre a noite de sexta-feira e este sábado, lançando uma sombra sobre a primeira disputa eleitoral genuína desde o fim do regime militar em 1999.

“Houve um ataque em Buratai, na noite de sexta-feira, feito por homens armados suspeitos de serem insurgentes. Decapitaram 23 pessoas e incendiaram casas”, declarou Mohammed Adamu, que representa a região.

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Uma enfermeira do hospital mais próximo, em Biu, declarou que 32 feridos que receberam assistência médica também relataram decapitações durante o ataque.

O pleito, que acontece neste sábado, é visto como a primeira eleição em que um candidato da oposição tem uma séria chance de desbancar o incumbente, presidente Goodluck Jonathan, mas amplos temores de que ela possa motivar violência já estão se tornando realidade.

Insurgentes islamitas do Boko Haram lançaram diversos ataques contra eleitores no nordeste, matando três no estado de Yobe e mais três em Gombe, disse a polícia.

Pelo menos oito pessoas, incluindo o candidato de oposição da Assembleia para Dukku em Gombe, também foram mortas por um atirador não identificado, disse um porta-voz para o Congresso de Todos Progressistas (APC, na sigla em inglês).

Nigeriana vota em uma seção eleitoral em Yola, Nigéria, em 28 de março
Nigeriana vota em uma seção eleitoral em Yola, Nigéria, em 28 de março
Foto: Sunday Alamba / AP

Militantes do Boko Haram, que estão tentando reviver um califado islâmico na Nigéria, rejeitam a democracia. O líder Abubakar Shekau ameaçou matar nigerianos que saiam para votar.

Separadamente, atiradores mataram um soldado nigeriano em uma emboscada na cidade petroleira de Port Harcourt, no sul, neste sábado, afirmaram militares. A cidade é um reduto de apoio a Jonathan, mas tem uma longa história de violência política.

Por causa de problemas técnicos relacionados com o novo sistema de identificação de cartões de eleitores, o pleito foi suspenso em algumas localidades. A votação deve ser retomada no domingo (29).

“Em assembleias de voto onde a acreditação eleitoral foi suspensa, cumprindo as orientações existentes, serão tomadas medidas para que os eleitores possam votar no domingo”, disse o comissário Chris Yimoga a jornalistas em Abuja, capital da Nigéria.

Ataque cibernético

O site da Comissão Eleitoral Independente da Nigéria (INEC, sigla em inglês) foi hackeado neste sábado.

Satélite mostra devastação após ataques do Boko Haram:

"Estamos cientes da recente invasão sofrida pelo site da INEC, estamos investigando esse incidente", confirmou a comissão eleitoral através de sua conta oficial no Twitter.

Por cerca de duas horas, foi possível ler no site hackeado, sobre um fundo preto, uma mensagem de um grupo que chamado "Ciberexército nigeriano".

"Estas são as eleições de 2015 e estamos aqui, mas desta vez de uma forma diferente. O 'Ciberexército nigeriano' reivindica esta invasão à base de dados do INEC. A todos os nigerianos: compareçam e votem para garantir que o voto conte", dizia a mensagem.

Na mensagem, os hackers afirmaram que "a segurança é apenas uma ilusão" e disseram que já tiveram a acesso a outros servidores do governo.

Cerca de 68,8 milhões de nigerianos devem comparecer às urnas para elegerem um novo presidente e um parlamento, num ambiente de tensão devido ao risco de violência política e à ameaça de atentados islâmicos.

Ao todo, 14 candidatos concorrem à presidência do país, entre os quais, pela primeira vez, uma candidata mulher. A disputa está acirrada entre o atual presidente, Goodluck Jonathan, e o ex-general Muhammadu Buhari, que comandou a Nigéria à frente de uma junta militar entre 1983 e 1985.

Com informações da Reuters, Agência Brasil e EFE.

Fonte: Terra
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