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Nelson Mandela

FHC sobre Mandela: perdemos maior símbolo na luta pela dignidade humana

Fernando Henrique Cardoso faz parte do grupo criado por Mandela chamado "Elders", os Anciões

5 dez 2013 - 22h29
(atualizado às 22h30)
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FHC postou foto em seu Facebook em que aparece com sua mulher, Ruth Cardozo, com Mandela e com a mulher do líder sul-africano, Graça Machel
FHC postou foto em seu Facebook em que aparece com sua mulher, Ruth Cardozo, com Mandela e com a mulher do líder sul-africano, Graça Machel
Foto: Facebook / Reprodução

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso lamentou nesta quinta-feira a morte do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Para FHC, o mundo perde “o maior símbolo vivo da luta pela dignidade humana, pela liberdade e pela democracia”.

"Sua altivez, seu antirracismo e sua generosidade ajudaram decisivamente a terminar com o apartheid na Africa do Sul. Eleito presidente, continuou lutando contra o atraso e a pobreza. Posteriormente, encampou a luta pela preservação das florestas úmidas e contra a disseminação da AIDS", disse o ex-presidente, que faz parte do grupo criado por Mandela chamado "Elders", os Anciões.

FHC lembrou da proximidade que tinha com a família de Mandela. “Desde que o conheci quando visitou o Brasil, no inicio dos anos noventa, mantive contatos com ele e com sua mulher, Graça Machel que era boa amiga da Ruth. Há cerca de seis anos, Mandela criou um grupo cujos membros escolheu, chamado os Elders, os Anciões. Tive a honra de ser indicado por ele para fazer parte desse grupo, ao lado de outros companheiros, dentre os quais sua mulher; o arcebispo Desmond Tutu, Kofi Annan, Jimmy Carter. Pude, dessa forma, vê-lo em ação”, disse.

“Aprendi mais ainda a respeitá-lo e a sentir de perto sua aura de grandeza e sua forma humilde de ser. Guardo dele as melhores recordações e presto as mais sentidas homenagens ao grande líder que foi, o mais impressionante entre todos que conheci”, afirmou FHC.

Mandela morreu nesta quinta-feira, aos 95 anos. A notícia foi transmitida à nação e ao mundo pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma. Há muito o ex-presidente lutava contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país. Ele passou 27 anos preso para depois se eleger presidente da África do Sul, de 1994 a 1999.

Uma vida de resistência, sonho e luta contra a segregação e a favor da união
Nascido em 18 de julho de 1918 no vilarejo de Mvezo, no distrito de Umtata, região sul-africana de Transkei, Rolihlahla Mandela foi o grande nome da luta contra o fim da divisão entre brancos e negros na África do Sul.

Em 1962, Mandela foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e por viajar ao exterior sem autorização. Em 1964, foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua por sabotagem e por conspirar para outros países invadir a África do Sul. No julgamento, ele se declarou culpado da primeira, mas jamais assumiu a segunda acusação.

Mandela passou 27 anos preso. Os primeiros dezoito, na ilha de Robben. Em 1976, recusou uma revisão da pena em troca de retornar para sua região de origem. Em 1985, também rejeitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Ele finalmente foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, quando sufocado pelas sanções internacionais, o regime do Apartheid iniciou um processo de abertura e soltou o principal rosto de sua oposição.

Em 1991, Mandela foi eleito o presidente do Congresso Nacional Africano, principal partido negro do país que fora banido nos anos 60 e recém retomava as atividades. Engajou-se de corpo e alma ao fim do regime segregacionista e, em 1993, conquistou o prêmio Nobel da Paz ao lado do presidente Frederik Willem de Klerk por seus esforços conjuntos pela reconciliação do povo sul-africano.

Em 27 de abril de 1994, foi eleito presidente nas primeiras eleições multirraciais do país, colocando um ponto final no regime segregacionista que governara a África do Sul por 46 anos. "Nós enfim atingimos nossa emancipação política. Nunca, nunca e nunca de novo deixemos que essa linda terra experimente a opressão de um pelo outro", disse em seu discurso de posse, em 10 de maio de 1994.

Fonte: Terra
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