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África

Ministro das Relações Exteriores do Egito renuncia em meio a protestos

2 jul 2013 - 06h28
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O ministro egípcio das Relações Exteriores, Mohamed Kamel Amr, renunciou ao cargo, anunciou nesta terça-feira a agência oficial Mena.

Amr é o ministro mais importante a abandonar o governo após o pedido de demissão na segunda-feira de quatro ministros, incluindo o da pasta do Turismo, em um país abalado pela mobilização de milhões de pessoas que exigem a renúncia do presidente islamita Mohamed Mursi.

A saída do chanceler isola ainda mais o presidente Mursi, que recebeu do exército o prazo de 48 horas para cumprir "as demandas do povo", com a advertência de que em caso contrário adotaria um "mapa do caminho". A presidência rejeitou o ultimato.

Em um novo revés para o presidente Mursi, a justiça do país ordenou nesta terça-feira a reintegração do procurador-geral Abdel Meguid Mahmud, que havia sido destituído pelo presidente.

"O Tribunal de Apelações emitiu um veredicto definitivo de reintegração de Abdel Meguid Mahmud ao cargo de procurador-geral", afirma a agência oficial Mena.

A destituição em novembro do ano passado do procurador, nomeado na época do presidente Hosni Mubarak, provocou a indignação dos magistrados, que denunciaram uma interferência do Executivo no Judiciário.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para Mohamed Mursi para expressar preocupação com o agravamento da crise política no Egito.

De acordo com uma fonte do governo americano, Obama disse a Mursi que Washington acredita firmemente no "processo democrático no Egito e não apoia nenhum partido ou grupo".

"Insistiu que a democracia é mais que eleições e que deve assegurar que as vozes de todos os egípcios sejam ouvidas e representadas por seu governo, incluindo os egípcios que protestam em todo o país", afirma um comunicado da Casa Branca.

Ao mesmo tempo, o governo do Irã pediu ao exército egípcio que respeite "o voto dos eleitores".

"Mohamed Mursi foi eleito pelos eleitores. Portanto, se espera que as Forças Armadas egípcias, que têm um passado glorioso, em particular na revolução egípcia, que cumpram seu papel para apoiar o diálogo nacional, levando em consideração o voto dos eleitores manifestado nas urnas", disse o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdollahian.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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