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Mundo

Militares prendem políticos em tentativa de golpe em Guiné Bissau

12 abr 2012 - 21h30
(atualizado às 22h45)
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Vários políticos de Guiné Bissau foram presos na noite desta quinta-feira na capital do país por militares que tentavam dar um golpe de Estado, informou uma fonte militar. "Prendemos vários políticos", disse um oficial que pediu para não ser identificado. "Estão conosco no forte de Amura, sede do Estado Maior", completou, sem informar a identidade dos detidos. Mais cedo, um grupo de militares tomou o controle da rádio nacional, enquanto outros soldados mobilizaram-se nas ruas da capital, onde eram escutados disparos de foguetes.

Uma dezena de militares armados entrou na emissora e forçou a saída dos funcionários. Ao mesmo tempo, outros soldados mobilizaram-se pelas ruas de Bissau, ocupando a sede do partido no poder e a avenida da residência do primeiro-ministro em fim de mandato, Carlos Gomes Junior, em volta da qual foram lançados foguetes e disparos foram ouvidos. Os soldados atacaram a residência do premier, disseram testemunhas. "A residência foi atacada com granadas-foguete e fomos forçados a recuar," disse um policial que fazia a segurança do prédio. Segundo ele, Gomes estava em casa mais cedo, mas não pode confirmar seu paradeiro atual.

A oposição de Guiné Bissau, dirigida por Kumba Yala, que deve enfrentar Carlos Gomes Junior em 29 de abril no segundo turno da eleição presidencial, havia pedido o boicote desse pleito. Os cinco principais candidatos da oposição, entre eles Kumba Yala, pediram a seus militantes e simpatizantes "a não votar em 29 de abril" em nome da "justiça", durante coletiva de imprensa. "Qualquer um que se aventurar a fazer campanha assumirá a responsabilidade de tudo o que acontecer", ameaçou o ex-presidente Kumba Yala, que havia denunciado "fraudes massivas" no primeiro turno.

Na primeira etapa das eleições, ocorrida em 18 de março, Gomes Junior obteve 48,97%, enquanto Kumba Yala obteve 23,26%. A campanha eleitoral para o segundo turno deveria começar nesta sexta-feira e acabar em 27 de abril. Nos últimos dias, havia temores sobre atos de violência nesta ex-colônia portuguesa cuja história é marcada por vários golpes de Estado desde sua independência em 1974. O país também se tornou nos últimos anos rota fundamental do narcotráfico entre América do Sul e Europa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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