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Mundo

Militares negam suposto golpe de Estado em Guiné-Bissau

13 abr 2012 - 09h50
(atualizado às 10h15)
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Os militares que na noite da última quinta-feira atacaram a casa do ganhador do primeiro turno nas eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Carlos Gómez Júnior, asseguraram nesta sexta que suas ações, apesar de terem todas as características, não fazem de parte de um golpe de Estado e pediram calma à população.

Em um comunicado divulgado pela rádio estatal, os militares afirmaram que a ação possuía o objetivo de contornar a ameaça que os militares angolanos representam para a soberania nacional. Segundo os militares, o governo angolano e as autoridades locais possuem um suposto plano secreto.

Após o ataque, os militares encontram-se em torno de várias sedes oficiais, assim como na residência do candidato presidencial Carlos Gómez Júnior atacada na noite anterior. Apesar do clima instável, fontes da cooperação internacional afirmaram à Agência Efe que a cidade já havia recuperado sua normalidade.

Enquanto o paradeiro do vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais da Guiné-Bissau segue desconhecido, fontes próximas ao primeiro-ministro asseguraram que o mesmo se encontra vivo e em um lugar seguro.

Depois de ter sua casa atacada com lança-granadas por militares que também ocuparam a rádio e a televisão estatal, o candidato do governista Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) chegou a ser dado como morto, mas essa versão não chegou a ser confirmada.

Segundo algumas versões, o presidente interino Raimundo Pereira se encontra entre os dirigentes presos. Já o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Baciro Djá, encontra-se fora do país, já que tinha ido participar de uma reunião ministerial na Costa do Marfim.

O anúncio oficial angolano de acabar com a cooperação e assistência militar ao país vizinho pode ter desencadeado esses últimos incidentes, já que a antiga colônia portuguesa havia adintado que os políticos locais queriam reduzir a influência dos militares locias.

De acordo com a agência angola Press, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Jorge Chicoti, já teria anunciado o fim do apoio de seu país à missão de reforma militar (Misaang) e acrescentou que seus soldados sairiam em breve do país. No entanto, a medida não foi suficiente para convencer os militares locais.

Guiné-Bissau, país acostumado com golpes, revoltas e motins militares, possui um projeto de desmobilização de alguns dos principais comandantes do Exército, uma ideia que conta com apoio dos países aliados.

Além disso, o lucrativo negócio do tráfico que transformou o país em uma porta de entrada para as drogas que vão para Europa contribuiu para degradar a imagem do alto comando militar, que, por sinal, é acusado de estar envolvido nessa ação.

EFE   
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