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África

Mediadores internacionais no Burundi propõe adiar eleições para 31 de julho

25 jun 2015 - 21h12
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Os mediadores internacionais que pretendem fazer o Burundi sair da crise política em que se encontra desde o fim de abril propuseram atrasar a celebração das eleições pendentes - legislativas, locais e presidenciais - para 31 de julho, segundo fontes coincidentes.

Embora as eleições locais e legislativas estejam previstas para 15 de julho, a comunidade internacional avalia que o clima atual do país não permita celebrar eleições confiáveis, devido ao movimento de contestação, salpicado por atos de violência, iniciado em 26 de abril, contra a candidatura do presidente Pierre Nkurunziza a um novo mandato, considerado inconstitucional por seus detratores.

O representante do governo, que voltou na quarta-feira à mesa de diálogo, após boicotar um dia antes as discussões na presença do novo mediador da ONU, o senegalês Abdoulaye Bathily, voltou a se ausentar nesta quinta-feira.

"A 'facilitação' propôs ontem (quarta-feira) que todas as eleições sejam adiadas e que as legislativas, locais e o primeiro turno da presidencial sejam organizadas em 31 de julho, com o segundo previsto para 15 de agosto", explicou à AFP uma fonte próxima às negociações, que pediu para ter sua identidade preservada.

Vários representantes da oposição confirmaram a proposta de adiamento.

O lado presidencial, por sua vez, se nega a atrasar novamente as eleições para evitar o vácuo institucional, já que o mandato de Nkurunziza expira em 26 de agosto.

Apesar da mediação internacional, da qual participam a ONU, a União Africana e organizações intergovernamentais africanas, o diálogo político no Burundi que reúne governo, partidos burundineses, sociedade civil - no comando dos protestos - e autoridades religiosas, está em ponto morto.

A oposição pede a renúncia de Nkurunziza à sua candidatura a um terceiro mandato, garantias no campo da segurança e o desarmamento dos "Imbonerakure", seguidores de seu partido e considerados pela ONU uma milícia.

A violência voltou a se intensificar esta semana, com uma série de ataques com granada contra civis e policiais na capital, Bujumbura, e em outras regiões do país, que deixaram pelo menos quatro mortos e dezenas de feridos.

A saída do país de um dos vice-presidentes rumo à Bélgica após pedir ao presidente Nkurunziza que renuncie a se apresentar nas eleições agrava ainda mais a crise política que o Burundi atravessa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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