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África

Mandela em 'estado crítico'

23 jun 2013 - 19h22
(atualizado às 19h26)
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O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, hospitalizado com uma infecção pulmonar há 16 dias, está em estado "crítico", informou a presidência na noite deste domingo.

"O estado do ex-presidente Nelson Mandela, internado em um hospital de Pretória, é crítico", destaca o comunicado, que pede "à Nação e ao mundo que rezem" pelo líder sul-africano.

Segundo a nota oficial, o presidente Jacob Zuma, o vice-presidente da ANC (partido no poder), Cyril Ramaphosa, e Graça Machel, mulher de Mandela, estão no hospital para discutir a situação.

O comunicado precisa que o estado do ex-presidente, de 94 anos, internado desde 8 de junho passado, piorou nas últimas horas.

Zuma recebeu a notícia após chegar ao hospital na tarde de domingo, onde os médicos lhe informaram "que o estado do ex-presidente havia passado a crítico nas últimas 24 horas".

"Os médicos fazem todo o possível para que ele melhore e Madiba é bem tratado. Ele está em boas mãos", disse Zuma, citado no comunicado da presidência, utilizando o nome de clã de Mandela adotado afetuosamente pelo povo sul-africano.

Após uma semana de silêncio, a presidência havia comunicado no sábado que o estado de Mandela era "grave mas estável", depois do canal de televisão CBS revelar um agravamento do quadro.

Segundo a CBS, o fígado e os rins de Mandela têm apenas 50% de funcionamento e o ex-presidente "não responde" e "não abre os olhos há dias".

A presidência sul-africana também reafirmou neste domingo que o problema mecânico na ambulância que levava Mandela ao hospital na madrugada de 8 de junho, o que atrasou sua chegada em 40 minutos, não agravou seu estado de saúde.

De acordo com a CBS, Mandela precisou ser ressuscitado ao chegar no hospital.

Durante a semana, houve um certo otimismo com a evolução do quadro de Mandela, a ponto de o ex-presidente Thabo Mbeki afirmar, na quinta-feira, que seu predecessor "não iria morrer amanhã". "Temos que ter confiança: ele ainda está conosco e vai permanecer conosco".

Mandela, ícone da luta contra o apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994, fará 95 anos no dia 18 de julho.

Desde dezembro passado, Mandela foi internado em quatro ocasiões, vítima das infecções pulmonares que sofre há anos, provavelmente devido às sequelas da tuberculose contraída na prisão da ilha de Robben, onde passou 18 dos 27 anos de prisão sob o regime racista do apartheid.

Libertado em 1990, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 por sua atuação nas negociações de paz visando instalar uma democracia multi-racial na África do Sul, conjuntamente com o último presidente do regime de apartheid, Frederik de Klerk.

A última aparição pública de Mandela ocorreu na final da Copa do Mundo de Futebol em 2010 na África do Sul, com milhões de espectadores o acompanhando ao vivo pela televisão.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretendia visitar Mandela na próxima semana, durante a viagem prevista para a África do Sul, mas aguardava o aval da família do líder sul-africano.

Um encontro entre os primeiros presidentes negros de seus respectivos países era visto com entusiasmo.

Obama conheceu Mandela logo após ser eleito senador, em 2005, durante visita do ex-presidente sul-africano a Washington. Os dois líderes conversaram por telefone em muitas ocasiões.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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