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África

Líbia: ultimato expira e forças se preparam para a ofensiva

10 set 2011 - 11h55
(atualizado às 12h47)
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As forças da nova autoridade líbia esperam o sinal verde de seu comandante neste sábado para iniciar a ofensiva contra os últimos redutos do antigo líder, agora foragido, Muamar Kadafi. O ultimato fixado para a rendição expirou.

Rebeldes líbios recarregam armas enquanto se preparam para entrar na cidade de Bani Walid
Rebeldes líbios recarregam armas enquanto se preparam para entrar na cidade de Bani Walid
Foto: AFP

Os olhares estão voltados para as cidades que continuam nas mãos dos kadafistas, apesar das longas negociações, principalmente em Sirte, Bani Walid e Sebha.

Segundo a imprensa no local, a aparente calma é pontuada por tiros esporádicos de armas automáticas e de artilharia posicionada no front ao oeste do Vale Vermelho, aproximadamente 60 km a leste de Sirte, onde comboios de combatentes esperam a ordem para avançar.

O ambiente é parecido no leste de Bani Walid, 70 km ao leste, onde é possível escutar tiros ao longe enquanto aviões da Otan sobrevoam a área.

Em outro front de Bani Walid, as forças do CNT esperam a 30 km de distância da cidade que poderá ser atacada a qualquer momento.

Os combatentes do CNT contaram que houve combates noturnos entre "células dormentes" e de seguidores de Kadafi dentro e próximo da cidade. Os pró-CNT anunciaram um reforço nas posições conquistadas, mas reconheceram que existe uma resistência feroz.

Na sexta-feira, combatentes entraram em Bani Walid para tentar acabar com disparos de foguetes e no Vale Vermelho, onde os pró-Kadafi lançaram um violento contra-ataque nesta linha de defesa essencial que haviam perdido na quinta-feira.

"A ofensiva vai acontecer, mas são os militares no local que decidirão quando ela será lançada", declarou à AFP o chefe dos negociadores do CNT, Abdallah Kenchil, afirmando ainda que não haverá um novo ultimato.

Os procedimentos de uma ofensiva são uma incógnita, pois as forças do novo regime temem que os seguidores de Kadhafi possam utilizar civis como escudos humanos.

"Nós estamos em uma posição capaz de agir em todas as direções. Quanto ao lançamento desta operação militar, será uma surpresa", disse na sexta-feira à noite o comandante Salem Jeha, influente membro do conselho militar de Misrata.

Milhares de combatentes do CNT - entre 12 mil e 18 mil, segundo as fontes - estão reunidos em Misrata e estão bem armados e equipados, preparados para combates no deserto ao sul e na região costeira na direção de Sirte.

O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdul Jalil, fez uma escala em Misrata antes de chegar à Trípoli neste sábado para a sua primeira visita depois da queda do quartel-general do coronel Kadhafi.

O ex-ministro da Justiça de Kadafi, que aderiu à revolta nos primeiros dias, lembrou que a transferência definitiva do CNT para Trípoli acontecerá apenas após a libertação total do país.

Em Washigton, o presidente Barack Obama aceitou as credenciais do novo embaixador da Líbia, Ali Suleiman Aujali, que já era embaixador do regime do coronel Kadhafi em Washington antes da queda do regime.

"Enquanto o CNT fizer uma transição política democrática, na qual os Direitos Humanos sejam respeitados e promovidos, encontrará nos Estados Unidos um aliado sólido", prometeu o Conselho de Segurança Nacional Americano.

O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan deve chegar à Líbia na próxima segunda-feira, a primeira visita de um chefe de Governo estrangeiro depois da queda de Kadafi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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