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Líbia: parente próximo a Kadafi e dois militares desertam

23 ago 2011 - 12h51
(atualizado às 13h15)
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Dois militares importantes do exército líbio, junto com um parente próximo ao coronel Muammar Kadafi, abandonaram seus postos no regime, anunciou nesta terça-feira o ministro italiano de Relações Exteriores, Franco Frattini, em uma entrevista concedida à rede de notícias Sky TG24.

INFO infográfico cronologia muammar kadafi
INFO infográfico cronologia muammar kadafi
Foto: AFP

"Dois membros importantes do Exército e um parente próximo a Kadhafi abandonaram (seus cargos) nesta manhã", declarou o ministro, sem informar os nomes.

Segundo o ministro, o líder da rebelião líbia Mahmud Jibril "dará mais detalhes durante uma coletiva de imprensa que será realizada nesta terça-feira".

"Conversamos por telefone para avaliar a situação", disse.

Jibril tem programada uma reunião na quarta ou na quinta-feira em Roma com o chefe do governo Silvio Berlusconi.

"Recorrer a mercenários, como Kadafi está fazendo, significa que não conta com o apoio do povo. Quando uma pessoa se vê obrigada a empregar mercenários isso quer dizer que o regime acabou", comentou.

Os rebeldes atacaram novamente nesta terça-feira o complexo residencial de Kadafi em Trípoli, onde chegaram há três dias.

Seif al-Islam, seu influente filho, reapareceu nesta terça-feira para desmentir sua captura, reforçando o sentimento de confusão que reina em Trípoli, controlada em sua maior parte pelos rebeldes que proclamaram o fim da era Kadhafi.

"O coronel Kadafi está cercado em sua fortaleza", assegurou Frattini, que explicou que as tropas leais a Kadafi controlam apenas "8-10%" da capital. "O dever da comunidade internacional será ajudar a nova Líbia a criar novas instituições", afirmou.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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