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África

Jornal publica últimas mensagens de jornalista morta no Egito

Repórter que estava em férias no Cairo conversou com a mãe por mensagens de texto pouco antes de morrer

14 ago 2013 - 22h13
(atualizado às 22h13)
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Habiba Abd El Aziz, 26 anos, morreu nesta quarta-feira no Cairo
Habiba Abd El Aziz, 26 anos, morreu nesta quarta-feira no Cairo
Foto: Gulf News / Reprodução

A repórter Habiba Ahmed Abd Elaziz, 26 anos, estava em férias no Egito quando, nesta quarta-feira, as forças de segurança entraram em confronto com partidários do presidente deposto Mohammed Mursi.

Mesmo sem estar trabalhando, talvez guiada pelo instinto típico dos jornalistas, ela foi parar no olho do furacão. De lá, conversou por mensagens de texto com sua mãe, Sabreen Mangoud, que compartilhou a conversa no Facebook. O jornal The National, dos Emirados Árabes, publicou as mensagens.

“Habiba, por favor, me tranquilize. Liguei milhares de vezes. Por favor, minha querida, estou muito preocupada. Diga como você está”. Esta foi a última mensagem enviada pela mãe da repórter, quando, provavelmente, ela já estava morta.

Habiba Ahmed Abd Elaziz morreu atingida por tiros perto de uma mesquita no Cairo. A irmã mais nova dela confirmou a morte. “Minha mãe falou com ela pela manhã, mas quando ligou de novo, por volta do meio-dia, não houve resposta”, disse Arwa Ramadan ao Gulf News. "Ela ligou de novo e alguém atendeu dizendo que Habiba estava morta."

A conversa entre mãe e filha começou quando Sabreen acordou e viu as notícias sobre o que acontecia no Cairo. “Habiba, o que está acontecendo aí?”, questionou. A jornalista respondeu: “o Exército e a polícia estão cercando os portões. O centro de imprensa foi transformado em um hospital de campo e estamos em alerta máximo”.

“Onde você está?”, perguntou a mãe. “Só os jornalistas foram autorizados a ficar no prédio. Eu tenho que cobrir o monumento caso a batalha comece”, respondeu Habiba. “O monumento é um pouco longe”, ponderou a mãe. “Estou no centro de mídia. Não fica longe de fato e a porta é grande (...) eu vou andar, como todo mundo, ou correr. Depende da situação”, respondeu a jornalista.

“Tomei três tipos de medicação. Está muito frio aqui e estou tremendo. A multidão é enorme e em estado de alerta. Reze por nós, mãe”, escreveu Habiba. “Estou indo para a plataforma em pouco tempo. Há tanques lá”, completou. A partir de então, as mensagens pararam.

Fonte: Terra
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