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África

Islamitas tomam ruas do Cairo para pedir restituição de Mursi

19 jul 2013 - 12h37
(atualizado às 13h13)
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Os partidários do presidente deposto Mohammed Mursi tomaram nesta sexta-feira as ruas do Cairo para exigir seu retorno ao poder, com grandes manifestações com alguns distúrbios esporádicos.

Na denominada "sexta-feira da vitória", milhares de pessoas se concentraram nas praças de Rabea al Adauiya e de Al-Nahda, levando imagens de Mursi e cartazes contra o golpe militar que o depôs no último dia 3 de julho, constatou a Agência Efe.

Várias manifestações saíram de mesquitas para essas praças, o epicentro dos protestos islamitas, enquanto outras saíram em direção a lugares sensíveis como a sede da Guarda Republicana e o Ministério da Defesa.

Os acessos a esses dois complexos estão guardados por muitos efetivos militares, que fecharam a entrada aos mesmos.

Na manifestação que saiu da Praça Rabea al Adauiya rumo à sede da Guarda Republicana, o motorista Mahmoud Amin disse à Efe que os militares acabaram com "a legitimidade e a democracia" no Egito, mas terão que "voltar atrás, devido ao avanço dos islamitas".

"A verdadeira revolução é a da Praça Rabea al Adauiya e não a da Praça Tahrir", afirmou Amin, em referência à praça que foi o cenário habitual dos protestos contra Mursi.

Em frente à sede da Guarda Republicana, no último dia 8, morreram 51 pessoas e mais de 400 ficaram feridas em confrontos entre islamitas e membros do Exército.

As Forças Armadas advertiram ontem à noite que aqueles que recorrerem ao "vandalismo contra as instalações militares ou que prejudicarem a paz social estarão colocando suas vidas em perigo".

No começo deste dia de protestos, após a oração do meio-dia, foram registrados pequenos distúrbios nas proximidades do Ministério da Defesa, assim como em frente à mesquita de Al-Azhar.

Em Al-Azhar, 13 pessoas foram detidas e a polícia teve que intervir para conter os confrontos entre seguidores de Mursi e partidários do golpe militar, informou a agência oficial "Mena".

A tensão continua alta devido à possibilidade de ocorrerem confrontos como os de dias anteriores, quando os protestos terminaram em enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança.

Também se teme um possível choque entre partidários e opositores de Mursi, já que estes últimos convocaram manifestações para o começo noite, após o jejum do Ramadã.

Os protestos a favor e contra Mursi coincidem hoje com o aniversário, segundo o calendário muçulmano, do dia em que é considerado no Egito como o da vitória na guerra de 1973 contra Israel (conhecida como Guerra do Yom Kippur ou do Ramadã), por isso, ambos os grupos denominaram o dia como a "sexta-feira da vitória".

Em discurso por ocasião desse aniversário, o presidente interino, Adly Mansour, prometeu ontem à noite restaurar a estabilidade no Egito e "levar a batalha pela segurança até o fim".

EFE   
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