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África

Islamitas ignoram ameaças e convocam novos protestos no Egito

2 ago 2013 - 05h40
(atualizado às 05h41)
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Os partidários do presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, sairão nesta sexta-feira mais uma vez às ruas contra o golpe militar, apesar de o governo ter encarregado a polícia a pôr um fim nos protestos por estes representarem um perigo para a segurança nacional.

A Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, que inclui vários grupos islamitas, entre eles a Irmandade Muçulmana, convocou manifestações sob o lema "o Egito contra o golpe", enquanto mantém seus acampamentos em Rabea al Adauiya e Al-Nahda, no Cairo.

O líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, pediu hoje em seu sermão semanal aos egípcios que continuem com seus protestos e aos policiais e soldados que não obedeçam eventuais ordens de matar os manifestantes.

Badia, a quem a promotoria decidiu há dois dias apresentar uma acusação perante a justiça, disse que as manifestações serão pacíficas e afirmou que houve "uma conspiração interna e externa" contra Mursi.

Na mesma linha, a Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade afirmou que não vai abandonar os acampamentos nas praças até que sejam anuladas as consequências do golpe militar: a destituição de Mursi e a suspensão da Constituição e da câmara alta do Parlamento.

A aliança denunciou, além disso, que o "terrorismo real que ameaça à segurança nacional são as práticas dos que apoiam o golpe e os massacres de manifestantes pacíficos".

Há dois dias, o governo egípcio ordenou que o Ministério do Interior adotasse "todas as medidas necessárias" para acabar com os acampamentos de protesto nas praças de Rabea al Adauiya e Al-Nahda.

O porta-voz do Ministério, Hani Abdelatif, pediu ontem que os manifestantes deixassem as praças, lhes garantindo uma "saída segura e proteção" se resolvessem atender ao chamado.

Os membros da câmara alta, que foi dissolvida pelo atual governo e estão se reunindo na praça Rabea al Adauiya, rejeitaram hoje em uma nota as ameaças das autoridades.

O chamado Conselho da Shura ressaltou que "o assassinato de manifestantes pacíficos é culpa dos dirigentes do golpe de Estado e daqueles políticos que incitam à violência".

Esta semana aumentaram os esforços internacionais para tentar aproximar as posições entre as partes no Egito e tentar resolver a crise de forma pacífica.

Uma delegação da União Africana (UA), que se reuniu com as novas autoridades egípcias e com Mursi - detido pelos militares -, visitou ontem os acampados em Rabea al Adauiya.

Segundo um comunicado da Irmandade Muçulmana, a missão africana comparou Mursi com Nelson Mandela e afirmou que não mudou sua postura de rejeição ao golpe de Estado.

A UA suspendeu a participação do Egito em suas reuniões e atividades como protesto pelo golpe militar que depôs Mursi após as grandes manifestações que pediam eleições presidenciais antecipadas.

EFE   
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