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África

Islamitas egípcios tomam as ruas em meio a temor por escalada da violência

2 ago 2013 - 17h58
(atualizado às 18h21)
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Apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi mantêm ocupação em barricada na Cidade Nasser, no Cairo
Apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi mantêm ocupação em barricada na Cidade Nasser, no Cairo
Foto: AP

Os partidários do presidente egípcio deposto, Mohammed Mursi, voltaram a tomar as ruas do Cairo nesta sexta-feira em um claro desafio às autoridades, em meio ao temor de que seus acampamentos sejam desmontados à força.

Milhares de islamitas se reuniram nas praças cairotas de Rabea al Ad auiya e Al-Nahda e saíram em passeata pela cidade para reforçar suas reivindicações, sendo a principal delas a restituição da presidência do país a Mursi.

As advertências do governo para que ponham um fim aos acampamentos pareceram não surtir efeito, e a Coalizão de Defesa da Legitimidade, que inclui a Irmandade Muçulmana, convocou, inclusive, manifestações no começo da noite em frente a importantes sedes militares e de segurança, como o quartel da Guarda Republicana.

As duas praças se transformaram em fortalezas, com muros de blocos de cimento e sacos de areia ladeando seus acessos, além de montanhas de pedras preparadas para serem lançadas contra a polícia caso decidam desmantelar os acampamentos.

Na praça de Al-Nahda, Heba Hassan, responsável do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade, disse à Agência Efe que não permitirão "ser escravizados e que seja restaurado um regime militar golpista novamente". Perguntada sobre necessidade de um diálogo entre as partes, a representante do PLJ disse que "não há lugar para compromissos" com os "usurpadores e sanguinários".

No entanto, o jornal oficial "Al-Ahram" apontou que há conversas entre o governo e os islamitas para evitar um derramamento de sangue. Segundo a publicação, a Irmandade Muçulmana pede a libertação de alguns islamitas detidos após o golpe militar. Já as autoridades exigem a interrupção dos protestos espontâneos e dos discursos que incitam a violência.

O líder da Irmandade, Mohammed Badia, pediu hoje que os protestos continuem de qualquer maneira, coincidindo com a chegada do subsecretário de Estado americano, William Burns, em sua segunda visita ao Egito desde o golpe militar.

EFE   
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