PUBLICIDADE

Mundo

Líbia: Otan diz que colaborará com investigação de morte de civis

20 dez 2011 - 12h11
(atualizado às 12h33)
Compartilhar

A Otan indicou nesta terça-feira estar disposta a colaborar com as investigações sobre a morte de civis nos bombardeios liderados pela Aliança Atlântica durante a guerra na Líbia. O papel da Otan na Líbia, que foi primordial na queda do regime de Muammar Kadafi, foi muito criticado pela Rússia, que, inclusive, pediu uma investigação minuciosa sobre a quantidade de civis mortos durante as operações aéreas.

Caça F-18 pousa em base da Otan na Itália: intervenção mudou curso da guerra e gerou polêmicas
Caça F-18 pousa em base da Otan na Itália: intervenção mudou curso da guerra e gerou polêmicas
Foto: AP

"Nossa missão na Líbia salvou um número inestimável de vidas (...) Tomamos todas as precauções para minimizar os riscos contra a população civil", declarou a porta-voz da Otan em Bruxelas, Oana Lungescu. "A Otan segue com muita atenção qualquer informação sobre as mortes de civis", acrescentou. "Estamos dispostos a colaborar estreitamente."

Segundo o jornal New York Times, entre 40 e mais de 70 civis morreram desde que a Otan iniciou seus bombardeios, quando assumiu a operação militar contra as posições das forças de Kadafi. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizou um total de 26 mil saídas aéreas. Delas, mais de 9.650 tiveram um objetivo "ofensivo".

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade