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Mundo

CNT investiga se Kadafi sofreu abuso sexual antes de ser morto

26 out 2011 - 18h53
(atualizado às 19h44)
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O Conselho Nacional de Transição da Líbia (CNT) confirmou à BBC nesta quarta-feira que está investigando versões de que Muammar Kadafi, líder deposto do país, foi vítima de abuso sexual momentos antes de morrer. O CNT confirmou à BBC que a investigação foi motivada por imagens captadas por um telefone celular logo após sua captura, na cidade de Sirte.

Corpo de Kadafi teria sido enterrado no deserto:

Segundo a correspondente da BBC Katya Adler, "Kadafi é rodeado por uma multidão de combatentes anti-Kadafi". "A gravação parece mostrar o ex-ditador da Líbia sendo submetido a um abuso sexual".

O governo interino disse à BBC que já lançou uma outra investigação para determinar se Kadafi, que governou a Líbia por 42 anos, foi executado depois de sua captura.< A primeira versão foi a de que ele teria sido atingido durante confronto com as forças do CNT.

Nas imagens divulgadas nesta quarta-feira, no entanto, não é possível ver o sinal de bala na cabeça de Kadafi. O ex-líder caminha, sangrando, mas aparentemente sem o ferimento que lhe tirou a vida.

Segundo representantes do CNT, os corpos de Kadafi, de seu filho Mutassim e do ministro da Defesa do antigo regime foram enterrados na terça-feira, em um local não identificado no meio do deserto líbio. Até segunda-feira, os corpos estavam em um contêiner refrigerado em Misrata, onde foram exibidos ao público.

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, se disse "enojado" com as imagens de Kadafi divulgadas pela imprensa.

Silêncio

Após a morte do ex-líder líbio, partidários de Kadafi têm se mostrado discretos. Moradores do bairro de Abu Salim, um dos redutos dos partidários de Kadafi em Trípoli, relataram à BBC Brasil que militantes ligados às forças do CNT têm promovido saques e intimidado quem vive no local.

Acredita-se que Kadafi contava com o apoio de cerca de 20% dos líbios. Organizações de direitos humanos têm feito alertas sobre violações de direitos humanos na Líbia por parte de integrantes das forças do CNT.

Otan

O chefe do CNT, Mustafa Abdel Jalil, disse nesta quarta-feira que quer que a Otan (aliança militar do Ocidente) continue com sua missão na Líbia até o final de 2011. Falando depois de uma reunião no Catar, Jalil afirmou que a aliança militar do ocidente deve permanecer no país para evitar que os partidários de Kadafi fujam.

A Otan deve anunciar sua decisão formalmente na sexta-feira e já tinha tomado uma decisão preliminar de encerrar a operação na Líbia no dia 31 de outubro. A aliança vem realizando operações na Líbia desde março.

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