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Mundo

Filho de Kadafi propõe se entregar a tribunal internacional

26 out 2011 - 13h36
(atualizado às 14h59)
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Saif al-Islam, filho do líder líbio morto Muammar Kadafi, propôs se entregar ao Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, na Holanda, segundo informou uma autoridade militar do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio à agência Reuters nesta quarta-feira. O chefe de inteligência do antigo regime Abdullah al-Senussi também estaria tentando se entregar.

O paradeiro de Saif al-Islam é um mistério que ainda resta ser solucionado após a morte de Kadafi
O paradeiro de Saif al-Islam é um mistério que ainda resta ser solucionado após a morte de Kadafi
Foto: AFP

"Eles estão propondo um acordo para se entregarem a Haia", disse Abdel Majid Mlegta. O militar disse que a informação oriunda de fontes de inteligência é que Saif al-Islam e Senussi estariam tentando se entregar ao TPI através de um país vizinho, que ele não informou qual seria. Os dois têm emitidos contra si pedidos internacionais de prisão por crimes de guerra.

O TPI, no entanto, informou que não tem a confirmação dessa informação. "Não temos a confirmação sobre isso agora. Estamos tentando entrar em contato com o CNT para obter mais informações", disse o porta-voz do TPI, Fadi El Abdallah.

Segundo Mlegta, os dois teriam concluído que não era mais seguro permanecer na Líbia, ir para a Argélia ou cruzar a fronteira para o Níger, países que abrigam alguns de seus familiares. "Eles sentem que não é seguro permanecer onde estão ou ir para outro lugar", disse Mlegta.

O paradeiro de Saif é desconhecido desde a queda de Trípoli para o então exército rebelde líbio, consumada em 23 de agosto, quando ele fez sua última aparição pública. Desde então, rumores apontaram em mais de uma oportunidade que ele teria sido capturado e até mesmo morto. A última informação, também divulgada pelo CNT, é que ele estaria tentando cruzar a fronteira da Líbia com o Níger ou com a Argélia.

Ele é o único filho de Kadafi que não foi morto, capturado ou conseguiu abrigo em um país vizinho.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

Fonte: Terra
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