Otan diz que não sabia que Kadafi estava em comboio atacado
21 out2011 - 11h49
(atualizado às 12h20)
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A Otan afirmou nesta sexta-feira que seus comandantes não sabiam que Muammar Kadafi viajava no comboio bombardeado quando fugia da cidade de Sirte, operação que permitiu a captura do ex-líder líbio. Segundo a Otan, por volta de 6h30 (horário de Brasília), aviões da organização avistaram um grupo de 75 veículos armados que "abandonava Sirte a grande velocidade e abria caminho nos arredores da cidade".
"Estes veículos transportavam uma quantidade substancial de armas e munição e por isso eram uma ameaça significativa para a população civil local", disse a Otan em comunicado. Os aviões aliados lançaram um primeiro ataque, que destruiu um veículo e dispersou o comboio em várias direções.
Um conjunto de aproximadamente 20 deles "continuou a grande velocidade em direção ao sul" e foi alvejado. De acordo com a Aliança, cerca de 10 veículos foram destruídos ou danificados. "No momento do ataque, a Otan não sabia que Kadafi estava no comboio", explica o comunicado, que ressalta que a intervenção aconteceu "unicamente para reduzir a ameaça contra a população civil, de acordo com resoluções da ONU".
A Aliança sublinhou que não dirige ataques contra indivíduos isolados. "Depois soubemos que Kadafi estava no comboio e que o ataque contribuiu para sua captura", concluiu a nota.
Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidadesestratégicas de leste a oeste.
Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.
Um homem ergue um retrato de Muammar Kadafi em demonstração de resistência aos ataques aéreos dos Estados Unidos em Bengazi e Trípoli em 22 de abril de 1986, sete dias após um bombardeio na Líbia - em retaliação a supostos ataques terroristas contra alvos americanos - ter matado pelo menos 100 pessoas em um subúrbio da capital incluindo Hanna Kadafi, o bebê de apenas 15 meses adotado pelo líder líbio
Foto: AFP
O líder sul-africano Nelson Mandela é recebido por líbios munidos de cartazes com a imagem de Muammar Kadafi no dia 18 de maio de 1990, em Trípoli, três meses após deixar a prisão
Foto: AFP
O então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, é fotografado ao lado de um pôster de Kadafi enquanto esperava por uma conferência de imprensa em Trípoli. Na ocasião, Annan disse ter falhado em chegar a um entendimento definitivo com o coronel líbio em relação ao atentado ao voo 103 da Pan Am, que deixou 270 mortos em 21 de dezembro de 1988 e teria sido ordenado por Kadafi
Foto: AFP
Balão com a imagem de Kadafi flutua sobre uma rua de Trípoli em comemoração ao 28º aniversário da chegada do coronel ao poder. À época, o líder líbio acusava os serviços secretos britânico e francês de terem assassinado a princesa Diana e o companheiro dela, Emad (Dodi) al-Fayed
Foto: AFP
Mulher líbia caminha sob um enorme pôster de Kadafi na fortaleza histórica de al-Hamraa, em Trípoli, dias antes da chegada do então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, chegar ao país para tratar do atentado ao voo 103 da Pan Am em 1988
Foto: AFP
Egípcios erguem imagens deo então presidente do país, Hosni Mubarak, junto a Kadafi, que visitava o Egito em 5 de março de 1999. O líder líbio foi aclamado pela população do país vizinho
Foto: AFP
Líbios esperam por ônibus abaixo de edifício decorado com uma imagem de Kadafi e um mapa do mundo árabe em uma rua de Trípoli em 5 de setembro de 1999. Uma inscrição no cartaz diz que "o projeto da unidade árabe é um presente do líder (Kadafi) para os árabes"
Foto: AFP
Trabalhadores líbios se abrigam na sombra de um grande pôster de Kadafi no palácio presidencial em Trípoli
Foto: AFP
Jornalistas posam atrás de retrato de Kadafi na fachada de um museu em Trípoli em 18 de agosto de 2000. Enquanto esperavam o retorno de reféns libertados após permanecerem sob cárcere nas Filipinas, os profissionais conheciam a cidade como passatempo
Foto: AFP
O rei Mohammed VI, do Marrocos, oferece a Kadafi uma fotografia em que o líder líbio aparece ao lado de seu pai, o rei Hassan II, em 17 de janeiro de 2001, em Trípoli
Foto: AFP
Homem líbio pisa em imagem de Kadafi na entrada do hotel Corinthia, em Trípoli, no dia 1º de setembro de 2011, quando o líder caído voltou a afirmar que resistiria aos rebeldes
Foto: AFP
Rebelde líbio passa vassoura sobre pintura de Kadafi em Bangazi no dia 22 de junho de 2011, enquanto a OTAN defendia a credibilidade de seus ataques aéreos na Líbia após uma bomba ter matado civis em Trípoli
Foto: AFP
Rebelde líbio mostra um maço de cigarros com imagem de Kadafi e um alerta (não visto na fotografia) de que o ex-ditador faz mal para a saúde. A cidade de Sirte, em 14 de outubro de 2011, foi palco de confrontos entre as forças do novo regime e aliados do coronel
Foto: AFP
Líbios difamam imagem de Kadafi em tapete durante protesto pela revolução em Bengazi, no dia 13 de maio de 2011
Foto: AFP
Guerrilheiros do Conselho Nacional de Transição destroem imagem de Kadafi em universidade no dia 9 de outubro de 2011, quando forças do novo regime líbio estavam prestes a proclamar controle completo sobre a cidade do coronel, Sirte
Foto: AFP
Cédula líbia com gravura de Kadafi é fotografada em Trípoli em 8 de setembro de 2011. O ditador vendeu mais de 20% das reservas de ouro do país, orçadas em mais de US$ 1 bilhão, nos últimos dias de seu regime
Foto: AFP
Soldado do novo regime líbio pisa em uma imagem de Kadafi enquanto seus companheiros sentam na entrada de um quartel policial após confrontos com aliados do coronel em Sirte, no dia 11 de outubro de 2011
Foto: AFP
Membros do Conselho Nacional de Transição queimam foto de Kadafi em Sirte, em 1º de outubro de 2011
Foto: AFP
Rebelde líbio caminha sob cartaz rasgado de Kadafi em Sirte, no dia 12 de outubro de 2011, enquanto o novo regime confrontava aliados do ditador na cidade
Foto: AFP
Líbios fotografam o corpo de Muammar Kadafi em Misrata, 20 de outubro de 2011. O coronel foi morto durante incursão das forças rebeldes no último foco de resistência dos aliados do antigo regime, em Sirte