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Mundo

Filha de Kadafi tentou telefonar para o pai após sua morte

21 out 2011 - 08h30
(atualizado às 10h48)
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Aisha Kadafi, filha de Muammar Kadafi refugiada na Argélia desde agosto, teria tentado falar com seu pai com um telefone por satélite, e recebeu de um rebelde a notícia de que Kadafi havia morrido, afirmaram dirigentes da insurreição nesta sexta-feira à agência EFE.

Aisha Kadafi fugiu para Argélia  após a tomada de Trípoli pelos então rebeldes líbios no em agosto
Aisha Kadafi fugiu para Argélia após a tomada de Trípoli pelos então rebeldes líbios no em agosto
Foto: AFP

"Quando foi capturado, Kadafi dispunha de um telefone de satélite. O aparelho tocou e um dos rebeldes atendeu. A pessoa que falou se apresentou como Aisha e pediu para falar com seu pai", disseram as fontes.

A filha de Kadafi pensou que o rebelde era um membro da guarda de seu pai. "O rebelde lhe anunciou então a morte de Kadafi e a comunicação foi cortada nesse momento", explicaram as fontes.

Depois da notícia, Aisha teria feito contato com membros do conselho militar de Misrata para saber o que iam fazer com o corpo de seu pai, mas eles se negaram a fornecer detalhes.

A filha de Kadafi teria fugido da Líbia após os insurgentes tomarem o controle de Trípoli. As autoridades argelinas a acolheram no fim de agosto, junto com seus irmãos Hannibal e Mohammed, e sua mãe Safia, por razões humanitárias.

As mesmas fontes afirmaram à EFE que os corpos de Kadafi, de seu filho Moutassim e do ex-ministro de Defesa Abu Bakr Yunes, se encontravam ainda esta manhã em um local de Misrata mantido em segredo.

As fontes explicaram que um representante da justiça tirou amostras dos corpos de Kadafi e Moutassim para fazer uma prova de DNA, mas que os rebeldes se negaram a entregar os corpos.

Desde a noite de quinta-feira, a cidade de Misrata e sua periferia recebem várias medidas de segurança e o acesso está proibido a quem não dispõem de um salvo-conduto emitido pelo conselho militar local.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

EFE   
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