Líbia: seis meses de insurreição e guerra civil
Datas-chave desde o início da insurreição, iniciada no dia 15 de fevereiro contra o regime de Muamar Kadhafi na Líbia, que se transformou em um conflito armado.
Fevereiro de 2011
Protestos sem precedentes contra o regime reprimidos violentamente em Benghazi e Baida (leste). A insurreição se estende para outras cidades.
22: O ministro da Justiça, Mustafá Abdelkhalil, e o do Interior, Abdel Fatah Yunes, se juntam à rebelião e se tornam pilares da mesma. Dezenas de personalidades políticas e militares seguem o exemplo.
23-25: A zona que vai da fronteira egípcia até Ajdabiya, incluindo Tobruk e Benghazi, é tomada pelos insurgentes.
28: Depois da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Unidos, a União Europeia impõe sanções contra o regime.
Março
10: A França reconhece o Conselho Nacional de Transição (CNT), criado no final de fevereiro pela oposição em Benghazi, como "único representante da Líbia". Desde então, outros 25 países reconheceram igualmente o órgão político dos rebeldes.
17: O Conselho de Segurança da ONU autoriza o uso da força contra as tropas do regime para proteger os civis.
18-19: Os pró-Kadhafi atacam Benghazi, "capital" dos rebeldes. A coalizão passa para a ofensiva e bombardeia as forças do regime que se retiram para o oeste.
31: A Otan assume o comando da operação "Protetor Unificado".
Abril
1: Primeiro erro da Otan, que mata nove combatentes rebeldes e quatro civis no leste do país ao bombardear um comboio.
13: O Grupo de Contato, responsável político pela intervenção, reconhece o CNT e pede o avanço contra Kadhafi. A frente leste faz numerosos avanços e retiradas e se estabiliza entre Brega e Ajdabiya.
20: Londres, Paris e Roma enviam conselheiros militares para o CNT. Egito e Estados Unidos fazem o mesmo depois.
Maio
1: Um dos filhos e três netos de Kadhafi morrem em um bombardeio da Otan.
11: Depois de dois dias de combates, os rebeldes tomam o aeroporto de Misrata e começam o cerco a leste de Trípoli.
27: Moscou pede a saída de Kadhafi.
Junho
1: A Otan prolonga sua missão até o final de setembro.
27: O Tribunal Penal Internacional emite uma ordem de prisão contra Kadhafi, seu filho Seif al-Islam e o chefe do serviço secreto Abdullah al-Senusi por crimes contra a Humanidade.
29: A França reconhece ter lançado de paraquedas armas para os rebeldes em Djebel Nefusa (sudoeste de Trípoli).
Julho
6: Ofensiva rebelde em Djebel Nusa.
15: O Grupo de Contato reconhece o CNT como a "autoridade governamental legítima".
28: Assassinato do general Yunes, que era o chefe do Estado-Maior da rebelião.
31: Ataque rebelde contra os partidários de Kadhafi, em Benghazi.
Agosto
8: Mustafá Abdelkhalil, eleito presidente do CNT, assume o governo interino.
9: O regime acusa a Otan de ter matado 85 civis em um ataque à cidade de Zliten (oeste).
14: Negociações secretas entre rebeldes e representantes do regime em Djerba (Tunísia), segundo uma fonte próxima à segurança tunisiana, que teve a participação de um enviado do presidente do governo venezuelano Hugo Chávez. A fonte não indicou o nome do enviado.
15: Kadhafi prevê um "final próximo" para os rebeldes, que anunciaram ter tomado o controle da maior parte de Zawiya, Garián e Sorman, no maior avanço feito para o oeste. Washington se mostra "estimulado" pelos avanços. No leste, os rebeldes controlam toda a zona residencial do leste de Brega. Chega à Tunísia um enviado especial da ONU para participar das negociações entre os responsáveis do regime e da rebelião. Um porta-voz da ONU desmente que o enviado irá participar das negociações.
Setembro
1: A ONU e as grandes potências desbloquearam para o CNT 15 bilhões de dólares líbios congelados.
9: Interpol emite um "alerta vermelho" depois de uma ordem de prisão internacional emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) "por supostos crimes contra a Humanidade".
15: Nicolas Sarkozy e David Cameron visitam a Líbia.
16: A ONU reconhece o CNT.
20: A "revolução" já provocou a morte de 25 mil pessoas, segundo o presidente do CNT, Mustafá Abdul Jalil.
21: As forças do novo regime conquistam Sebha e Waddan, no sul do deserto.
Outubro
9 e 11: em Sirte, os pró-CNT conseguem avançar e tomar o controle da Universidade e do centro de conferências Uagadugu, e posteriormente do quartel general da polícia.
13: Reabertura parcial do espaço aéreo. Volta a funcionar o gasoduto entre Líbia e Itália.
17: Bani Walid, no sudeste de Trípoli, é "totalmente libertada" (CNT).
18: Visita surpresa à Trípoli da secretária do Estado americano, Hillary Clinton.
19: O número dois do CNT, Mahmud Jibril, alerta que a batalha política pode levar o país ao "caos".
20: Muammar Kadhafi é capturado em Sirte e morto, anunciam o CNT e uma televisão líbia. Sirte, último reduto do regime deposto, é libertada.