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França é acusada por venda de sistema de espionagem a Kadafi

19 out 2011 - 06h53
(atualizado às 07h18)
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A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) apresentará uma denúncia pela venda ao regime de Muammar Kadafi de um sistema de espionagem na internet da companhia francesa Amesys, filial do grupo informático Bull, com a colaboração das autoridades do país.

Soldado rebelde segura uma arma e um alaúde durante uma breve pausa nos combates pelo controle de Sirte, na Líbia. As forças do novo regime do país lançaram uma forte ofensiva em duas regiões da cidade natal de Muammar Kadafi, atacando soldados leais ao ditador com artilharia, morteiros e foguetes
Soldado rebelde segura uma arma e um alaúde durante uma breve pausa nos combates pelo controle de Sirte, na Líbia. As forças do novo regime do país lançaram uma forte ofensiva em duas regiões da cidade natal de Muammar Kadafi, atacando soldados leais ao ditador com artilharia, morteiros e foguetes
Foto: AFP

A emissora de rádio France Info informou nesta quarta-feira que a denúncia, que deve ser apresentada ainda nesta manhã contra, apresenta a acusação de "cumplicidade em torturas e em tratamentos cruéis, desumanos e degradantes".

A FIDH considera que a tecnologia da Amesys, vendida em 2007, permitiu que Kadafi espionasse oito milhões de líbios entre 2008 e 2011.

O centro da querela é a venda feita pela empresa francesa de um sistema de intercepção de comunicações, chamado Eagle, associado ao programa informático Glint, que permite gravar, decodificar, armazenar e distribuir comunicações pela internet, por satélite ou por telefone fixo ou móvel.

Para a FIDH, os dirigentes da Amesys não podiam ignorar que estavam fazendo negócios com um regime como o de Kadafi, que não respeita os direitos básicos de sua população. Além disso, a entidade estima que o Estado francês também participou do contrato, ao oferecer assistência técnica e de formação às autoridades do regime líbio.

A querela é resultado do trabalho de investigação de jornalistas do diário The Wall Street Journal, que recuperaram no antigo centro de vigilância das comunicações de Kadafi documentos da Amesys, em particular manuais de utilização de seu sistema de escutas em grande escala.

EFE   
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