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Mundo

Hillary demonstra apoio às forças do novo governo na Líbia

18 out 2011 - 15h06
(atualizado às 15h55)
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, saudou as forças líbias que tiraram Muammar Kadafi do poder e enviou seu apoio à transição democrática, em uma visita surpresa a Trípoli nesta terça-feira. Hillary chegou ao país em um voo via Malta, enquanto o novo governo líbio tenta derrubar os últimos redutos da resistência leal a Kadafi na cidade natal do ex-líder, Sirte.

"Este é o momento da Líbia. Esta é a vitória da Líbia. O futuro pertence a vocês", disse, oito meses depois de os líbios iniciarem uma revolta contra o regime de quatro décadas de Kadafi, em um conflito que deixou milhares de mortos. Ao discursar para o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdul Jalil, ela disse: "em praças lotadas e atravessando montanhas, vocês se levantaram contra a agressão de um ditador e exigiram os direitos e a dignidade de cidadãos livres".

"Os Estados Unidos estão orgulhosos de ficar ao lado de vocês em sua luta pela liberdade e continuarão ao lado de vocês enquanto continuam essa jornada, respeitando sua soberania e honrando nossa amizade." Mas ela também alertou sobre os perigos de uma guerra civil. "Temos de nos confrontar com o desafio de unir as várias milícias em um só exército que represente o povo líbio", disse em coletiva de imprensa. "Colocar o exército nacional e a força policial sob o comando civil é essencial."

Hillary, questionada se Washington cooperaria com islamitas líbios, afirmou: "nós vamos apoiar um processo de democratização que respeite a lei, que respeite os direitos das minorias e das mulheres e autorize uma mídia livre". A secretária de Estado tornou-se a primeira autoridade americana a visitar a Líbia desde setembro de 2008, quando sua predecessora, Condoleezza Rice, encontrou Kadafi, marcando um novo estágio da reconciliação de Washington com um Estado anteriormente considerado inimigo.

A visita de Rice ocorreu cinco anos depois de Kadafi anunciar que estava renunciando aos esforços para desenvolver armas de destruição em massa. "Nós reconhecemos que a luta sangrenta continua. A Otan e a coalizão internacional continuarão protegendo os civis líbios até que a ameaça de Kadafi e daqueles que se prendem ao passado termine", disse Hillary.

Hillary declarou ainda que garantir a segurança dos grandes estoques de armamentos que acabaram nas mãos de cidadãos durante a revolta permanence sendo uma prioridade. "Mesmo que a missão da Otan continue protegendo civis, nós também estamos respondendo às preocupações da Líbia em relação ao terrorismo e à perda de armamentos."

A secretária de Estado completou que Washington enviou mais de uma dezena de especialistas que ajudam a Líbia a garantir a segurança e destruir estoques de armamentos e que a administração está trabalhando com o Congresso para fornecer US$ 40 milhões para auxiliar nesse esforço. Os Estados Unidos também esperam ajudar o governo líbio a garantir a segurança e destruir estoques de armas químicas, disse Hillary.

"Vocês merecem um governo que represente todos os líbios, de todas as partes do país, e de todos os históricos - incluindo mulheres e jovens." Hillary também visitou o Centro Médico de Trípoli, onde conversou com quatro feridos de guerra.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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