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Rebeldes encontram estoque de alimentos e remédios de Kadafi

25 ago 2011 - 15h43
(atualizado em 28/8/2011 às 13h09)
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Combatentes rebeldes líbios descobriram grandes estoques de comida e remédios mantidos pelo regime de Muammar Kadafi em Trípoli, que serão utilizados para aliviar a escassez no país, disse o conselho rebelde nesta quinta-feira. Os rebeldes entraram na capital esta semana após um levante de seis meses que restringiu as rotas de suprimento e causou escassez de alimentos e medicamentos em partes do país.

"Não haverá mais problemas em relação a suprimentos de alimentos, medicamentos e combustível", disse o presidente do Conselho Nacional de Transição, Mustafa Abdel Jalil, numa entrevista coletiva na cidade de Benghazi, no leste. Ele afirmou que no quartel-general de Kadafi em Trípoli havia comida suficiente para alimentar uma cidade de 4 milhões de habitantes ¿ o dobro da capital ¿ e remédios para o país inteiro durante um ano.

"Muammar Kadafi impediu de propósito que os líbios tivessem acesso a esses suprimentos, fazendo com que eles passassem fome", disse Jalil, sem dar detalhes sobre onde os estoques estavam ou o que continham exatamente. O líder dos rebeldes também disse que uma "grande quantidade" de combustível foi encontrada na refinaria de Zawiya, 50 km a oeste de Trípoli, apreendida pelos insurgentes este mês.

Os rebeldes invadiram esta semana o complexo Bab al-Aziziya, de Kadafi, após uma operação relâmpago em Trípoli, aplicando um aparente golpe mortal ao governo de 42 anos do chamado "Irmão Líder" no país do norte da África. Mas o paradeiro de Kadafi permanece um mistério e as forças leais ao líder continuam a enfrentar as forças rebeldes em regiões diversas, incluindo Trípoli, Sirte ¿ cidade natal de Kadafi ¿, Sabha e em regiões próximas à fronteira da Tunísia.

Jalil pediu que os combatentes pró-Gaddafi se unissem à revolução, dizendo que agora não tinham desculpas para não fazê-lo. "A revolução está conquistando vitórias após vitórias dia a dia e eles precisam se unir", disse ele. "Não há mais desculpas para não se unir à revolução."

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

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