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Mundo

Soldados de Kadafi são encontrados com sinais de execução

25 ago 2011 - 15h31
(atualizado em 28/8/2011 às 13h09)
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Mais de 30 homens que se acredita terem sido combatentes leais ao líder líbio Muammar Kadafi foram mortos em um acampamento militar no centro de Trípoli e pelo menos dois deles estavam algemados, num indício de que foram executados. Um correspondente da Reuters contou nesta quinta-feira 30 corpos com tiros em uma área da capital líbia onde houve confronto entre forças de Kadafi e rebeldes.

Rebeldes líbios escalam e pixam monumento símbolo da ditadura de Kadafi
Rebeldes líbios escalam e pixam monumento símbolo da ditadura de Kadafi
Foto: AP

Cinco estavam num hospital de campanha nas imediações e um deles em uma ambulância amarrado a uma maca, com soro. O acampamento estava repleto de propaganda de Kadafi e de bandeiras verdes de seu regime. Alguns dos mortos usavam uniformes militares e outros estavam em trajes civis. Havia alguns africanos no grupo. Sabe-se que Kadafi recrutava soldados de países vizinhos.

Em outra parte da cidade, um britânico que trabalha na área de saúde disse que um hospital havia recebido os corpos de 17 civis que se acredita tenham sido executados nos últimos dias por forças do governo. O porta-voz da ONU para direitos humanos, Rupert Colville, disse que as alegações de execuções sumárias eram alarmantes.

"Neste momento é difícil para nós confirmarmos qualquer coisa, mas incidentes como esses serão examinados pela Comissão de Inquérito sobre a Líbia, que emitiu seu primeiro relatório em junho e ainda está operando", disse ele. "Nós conclamamos todos aqueles em posições de autoridade na Líbia, incluindo comandantes de campo, a tomarem medidas ativas para garantir que não seja cometido nenhum crime ou ato de vingança."

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

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