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Otan colabora com rebeldes na busca de Kadafi, diz R. Unido

25 ago 2011 - 05h27
(atualizado em 28/8/2011 às 13h17)
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As forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão colaborando com os rebeldes líbios nas buscas do coronel Muammar Kadafi, que continua em paradeiro desconhecido, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox.

Em declarações à emissora Sky News, o ministro britânico confirmou que a Otan "está fornecendo recursos de inteligência e de reconhecimento ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT, órgão político dos rebeldes líbios) para ajudá-los a encontrar Kadafi".

Em outra entrevista, esta à emissora britânica BBC Radio 4, Fox negou que o Reino Unido planeje enviar soldados à Líbia, mas lembrou que a missão britânica no país árabe "não terminou", já que ainda há "focos de resistência bastante violentos no sul de Trípoli, em Sirte e em outras partes do país".

"(A Otan) esteve ontem à noite mais ativa do que esteve nos últimos dias, e o Reino Unido estava entre os países que participaram das operações contra os vestígios do regime (de Kadafi)", declarou o ministro.

Nos últimos dias, segundo ele, houve "certa euforia" com o avanço das forças rebeldes e a deterioração do regime de Kadafi. Fox disse que é importante manter esse otimismo, mas com parcimônia, para "manter certo sentido da perspectiva".

Dada a história e a brutalidade do governo de Kadafi, Fox afirmou que teria sido "surpreendente que (o regime) não tivesse oferecido ferrenha resistência". O ministro não fez comentários sobre a oferta de recompensa de mais de US$ 1,5 milhão feita pelo presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, para quem capturar Kadafi "vivo ou morto". O ministro disse que será outorgada "imunidade a qualquer pessoa de seu círculo próximo que o prenda ou o mate".

Segundo um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron, o Reino Unido continuará manifestando apoio à Líbia. "Apoiamos a Líbia com firmeza desde que começou o levante há seis meses e continuaremos liderando os esforços internacionais para ajudá-los a conseguir suas aspirações nas próximas semanas e meses".

O jornal britânico The Daily Telegraph indica nesta quinta-feira que soldados das Forças Especiais Britânicas (SAS, na sigla em inglês) vestidos como civis árabes e armados como os rebeldes líbios estavam fazendo buscas a Kadafi na Líbia por ordem de Cameron.

Segundo fontes do jornal, as SAS estão operando no país norte-africano há semanas, mas um porta-voz do Ministério da Defesa britânico disse que sua pasta nunca se pronuncia sobre as operações dessas forças especiais.

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

info infográfico líbia família kadafi (todos)
info infográfico líbia família kadafi (todos)
Foto: AFP
EFE   
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