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Mundo

Porta-voz líbio confirma "pequenos confrontos" na capital

20 ago 2011 - 19h27
(atualizado às 20h20)
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Várias explosões e trocas de tiros intensas eram ouvidas na noite de sábado para domingo em Trípoli, enquanto testemunhas indicaram a existência de "confrontos" em alguns bairros da capital. O porta-voz do governo líbio, Mussa Ibrahim, confirmou "pequenos confrontos" com pequenos grupos em bairros como Tajura, Sug Jomaa e Ben Achur, próximos ao centro da capital.

Moradores indicaram que os enfrentamentos estavam sendo travados, principalmente, nos bairros de Sug Jomaa e Arada, assim como em Tajura, no leste da capital, onde gritos de "Allah Akbar" eram proferidos nos alto-falantes das mesquitas.

Ibrahim indicou que os voluntários e as forças líbias saíram à caça dos insurgentes e que enfrentamentos ocorreram apenas durante meia hora. "A situação está sob controle", disse, em declarações difundidas pela televisão oficial líbia.

Entretanto, tiroteios intensos ainda podiam ser ouvidos na capital pouco antes da meia-noite (19h de Brasília). Ibrahim denunciou novamente um "ataque midiático" contra o regime do coronel Muammar Kadafi, afirmando que a vitória de seu campo está "próxima".

Antes, a televisão líbia havia divulgado imagens da Praça Verde de Trípoli, onde estavam reunidas dezenas de pessoas brandindo a bandeira verde líbia e exibindo fotos do coronel Kadafi.

Na sexta-feira, a emissora de televisão NBC, citando funcionários do governo dos Estados Unidos, disse que o líder prepara-se para fugir de seu país nos próximos dias. As fontes disseram que "os relatórios dos serviços de inteligência indicam que Kadafi está fazendo planos para deixar a Líbia com sua família".

"Os relatórios indicam que (Kadafi) poderia ir para a Tunísia, onde é possível que receba asilo político", acrescentou a NBC. Nesta semana, o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, afirmou que "as forças de Kadafi estão debilitadas" e que os dias do líder à frente de seu país estão contados.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

Tanques atingiram diversas construções, entre elas um hospital
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Foto: AP
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