EUA descartam pedido de eleições de filho de Kadafi
Os Estados Unidos destacaram nesta quinta-feira que as propostas do círculo de Muammar Kadafi para realizar eleições democráticas chegaram "um pouco tarde" e que os dias do líder líbio estão contados. As declarações da porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, foram feitas depois que um enviado russo disse que lhe haviam garantido que o regime de Kadafi mantinha contatos com os rebeldes e que o filho do ditador havia proposto a celebração de eleições sob supervisão internacional para sair da encruzilhada.
"É um pouco tarde para qualquer proposta de Kadafi e seu círculo para uma mudança democrática. É tempo de ele partir", afirmou Nuland. A porta-voz descreveu que o líder líbio está cada vez mais isolado, após sofrer a deserção de cerca de 50 oficiais de alta patente de seu governo, em meio a uma campanha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para tirá-lo do poder depois de mais de quatro décadas.
Em Trípoli, o primeiro-ministro líbio, Baghdadi Mahmudi, assegurou que a saída de Kadafi do poder é uma "linha vermelha" que não deve ser ultrapassada. Porém, o filho de Kadafi, Seif al Islam, assegurou ao jornal italiano Corriere della Sera que a realização de "eleições imediatas e com supervisão internacional" será a única forma indolor de sair desta situação. "Poderíamos tê-las (as eleições) dentro de três meses. No máximo no fim do ano. E a garantia de transparência poderia ser a presença de observadores internacionais", declarou.