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Europa

Grã-Bretanha sinaliza que poderia aceitar exílio de Kadafi

30 mar 2011 - 10h19
(atualizado às 11h22)
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O chanceler britânico, William Hague, sinalizou que a Grã-Bretanha pode aceitar o exílio do líder líbio, Muammar Kadafi, como uma forma de solucionar a crise no país norte-africano. Em entrevista ao programa Newsnight, da BBC, Hague disse que preferiria ver Khadafi respondendo por seus crimes na Corte Criminal Internacional (ICC), mas que a ida ao exílio permitiria as mudanças que "a maior parte do mundo e provavelmente a maioria dos líbios querem ver".

Suas declarações foram feitas após uma reunião em Londres, em que a coalizão internacional que promove uma ofensiva militar na Líbia discutiu o futuro do país. A Itália está promovendo conversas com diversos países, a respeito de um possível acordo para permitir o exílio de Khadafi - provavelmente para outro país do norte da África -, em troca de um cessar-fogo na Líbia e da transferência do poder.

Questionado sobre a possibilidade de exílio de Kadafi, Hague disse que isso "cabe" ao próprio líder líbio decidir. "Onde quer que ele fosse, haveria uma grande mudança na situação (na Líbia). Gostaria que ele fosse levado à Justiça, mas claro que é possível (que ele) vá a lugares onde não possa ser pego pelo ICC." Hague negou, porém, que a Grã-Bretanha esteja disposta a armar os rebeldes líbios, após os EUA sugerirem que a proposta seria legal com base na resolução da ONU que permitiu a ofensiva externa na Líbia. "Outros podem escolher fazer isso, mas não estamos propondo armar os rebeldes de nenhuma forma."

Artigo

Ao mesmo tempo, o premiê britânico, David Cameron, escreveu um artigo na imprensa árabe, prometendo à comunidade internacional que vai estar "ao lado" da população líbia. Em artigo escrito em conjunto com o premiê do Catar, Hamed Bin Jassem, Cameron disse que a conferência sobre a Líbia em Londres é uma mensagem a Khadafi, de que ele será impedido de continuar a atacar seu povo. "Vamos continuar a proteger as vidas (dos civis), a defender seus direitos e a apoiar suas aspirações - e vamos continuar a apoiá-los no caminho que eles decidirem tomar."

Na terça-feira, as forças pró-Khadafi forçaram os rebeldes a recuar dezenas de quilômetros de territórios que haviam conquistado com a ajuda de bombardeios promovidos pela coalizão internacional. A coalizão internacional diz, no entanto, que seus bombardeios não visam promover o avanço rebelde, e sim implementar o bloqueio aéreo sobre Khadafi (abatendo as tropas que ameaçarem a segurança de civis).

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