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Mundo

Cético, Ban quer que Líbia cumpra promessa do cessar-fogo

20 mar 2011 - 18h30
(atualizado em 21/3/2011 às 17h45)
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu neste domingo que autoridades líbias cumpram sua palavra, após terem anunciado um novo cessar-fogo. "Peço às autoridades líbias que mantenham sua palavra", disse Ban em entrevista coletiva concedida no Cairo ao lado do ministro das Relações Exteriores egípcio, Nabil el Arabi.

Ban se mostrou cético com relação à possibilidade de que Trípoli vá cumprir o cessar-fogo ao lembrar sua conversa desta sexta-feira com o primeiro-ministro líbio, Mahmudi Baghdadi, que lhe disse que as autoridades acatariam as resoluções do Conselho de Segurança. "Mas no final continuaram com as hostilidades", assinalou o secretário-geral da ONU.

"Peço ao Governo líbio que detenham a luta e que cumpram com a resolução do Conselho de Segurança", acrescentou Ban, que indicou que a ONU continuará trabalhando para que o conflito termine e para poder levar ajuda humanitária à Líbia.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

EFE   
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