PUBLICIDADE

Mundo

Forças aliadas realizam novo ataque à capital da Líbia

20 mar 2011 - 18h13
(atualizado em 21/3/2011 às 17h47)
Compartilhar

As forças aliadas retomaram seus ataques sobre a capital líbia, e a defesa antiaérea das tropas de Muammar Kadafi respondeu com disparos, informou a rede de televisão Al Jazeera. A emissora divulgou ao vivo imagens dos ataques nas quais era possível ver projéteis no céu de Trípoli, inclusive na área próxima à residência de Kadafi.

No ataque, um prédio administrativo do complexo residencial do líder líbio foi atingido por um míssil e destruído. O prédio, situado a cerca de 50 metros da tenda onde Kadafi recebe geralmente seus convidados importantes, foi totalmente destruído, segundo foi confirmado pelo porta-voz do regime, Musa Ibrahim, aos jornalistas estrangeiros.

"Foi um bombardeio bárbaro, que poderia ter atingido centenas de civis congregados na residência de Muammar Khadafi, a cerca de 400 metros do prédio atingido", declarou Ibrahim, que denunciou as "contradições do discurso ocidental". "Os países ocidentais dizem que querem proteger os civis, mas atacam uma residência onde sabem que há civis no interior.

Enquanto isso, a rede de televisão oficial Líbia TV divulgava imagens, supostamente ao vivo, que mostravam centenas de pessoas diante do palácio de Kadafi gritando slogans de apoio. Esta ação das defesas antiaéreas do líder líbio é a 30ª deste tipo registrada em poucas horas.

A rede de televisão Al Arabiya havia anunciado nesta tarde violentas explosões em Trípoli, onde uma coluna de fumaça era visível do palácio de Kadafi, enquanto a artilharia antiaérea disparava contra os aviões aliados. Todos estes eventos acontecem depois do novo cessar-fogo anunciado neste domingo pelas forças governamentais líbias.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

Com informações de EFE e AFP.

Bateria antiaérea líbia abre fogo contra a coalizão em Trípoli perto do hotel em que estão os jornalistas estrangeiros
Bateria antiaérea líbia abre fogo contra a coalizão em Trípoli perto do hotel em que estão os jornalistas estrangeiros
Foto: AP
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade