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Após ataques, regime de Kadafi anuncia novo cessar-fogo

20 mar 2011 - 16h10
(atualizado em 21/3/2011 às 18h02)
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O regime do coronel Muammar Kadafi anunciou neste domingo um novo cessar-fogo, a partir das 21h locais (16h em Brasília), em resposta ao apelo da União Africana "pelo fim imediato das hostilidades", declarou um porta-voz do Exército. "Em atenção ao comunicado publicado pelo comitê da União Africana no sábado, em Nouakchott, e às resoluções 1970 e 1973 das Nacões Unidas, o comandante das forças armadas ordenou um cessar-fogo a partir deste domingo", informou o porta-voz Milad Fokehi.

Rebelde olha para veículos atingidos pelos ataques das forças de coalizão
Rebelde olha para veículos atingidos pelos ataques das forças de coalizão
Foto: Goran Tomasevic / Reuters

No momento do anúncio, baterias antiaéreas abriam fogo na capital líbia, em meio a fortes explosões. Trípoli já havia comunicado um cessar-fogo em sua ofensiva contra os rebeldes, na sexta-feira passada, mas segundo a comunidade internacional a medida não foi cumprida, o que deflagrou a operação aérea da coalizão ocidental, no sábado. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reagiu ao anúncio manifestando sua esperança de que a decisão seja efetiva. "Espero sinceramente e apelo às autoridades líbias que cumpram sua promessa", disse Ban Ki-moon no Cairo, capital do Egito.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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