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África

Imprensa egípcia comemora a vitória "legítima" do povo e do Exército

4 jul 2013 - 06h16
(atualizado às 06h30)
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A imprensa egípcia, com exceção do jornal da Irmandade Muçulmana, comemora nesta quinta-feira a vitória "legítima" do povo, depois que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi após as manifestações que exigiam sua renúncia.

"Vitória para a legitimidade popular", afirma o jornal Al-Gomhuria, com fotos na primeira página do comandante do Exército e novo homem forte do país, o general Abdel Fatah al-Sissi, e da multidão de manifestantes anti-Mursi na praça Tahrir do Cairo.

"O presidente, expulso pela legitimidade popular", destaca o jornal Al-Ahram. A imprensa independente citou a "vitória do Exército e do povo" (Al Shoruq), enquanto o jornal Al-Masry Al-Yum afirmou que o "Egito está de volta".

O jornal do Partido da Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, optou por não mencionar a derrubada do chefe de Estado e publicou na primeira página um artigo sobre as manifestações islamitas "de apoio à legitimidade" do presidente.

Israel e Rússia

Em Israel, o governo decidiu manter silêncio sobre a queda do presidente islamita egípcio. Segundo a imprensa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu aos ministros que não comentem a crise no Egito, país com o qual Israel assinou um tratado de paz em 1979.

"O governo acompanha muito de perto a situação no Egito, mas não faz prognósticos", disse uma fonte israelense que pediu anonimato.

Na Rússia, o presidente da comissão das Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Alexei Pushkov, afirmou que a queda de Mursi demonstra que a primavera árabe levou apenas o caos e que a democracia não funciona nos países não ocidentais.

"A primavera árabe não trouxe democracia, e sim o caos. Podemos constatar no Egito, Líbia, Síria e Irã", declarou Pushkov. "Os acontecimentos no Egito demonstram que não existe transição rápida e tranquila de um regime autoritário a uma democracia", completou.

"Isto quer dizer que a democracia não é uma panaceia e não funciona nos países que não integram o mundo ocidental", disse.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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