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Mundo

Franco-atiradores impedem tomada de cidade natal de Kadafi

6 out 2011 - 14h32
(atualizado às 15h03)
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Franco-atiradores escondidos em uma mesquita e em um centro de conferências que Muammar Kadafi usava para encontros impediram que forças do governo líbio tentassem capturar a cidade natal do líder deposto nesta quinta-feira, mostrando que as previsões de uma conclusão rápida para a batalha parecem prematuras.

Soldados aliados aos rebeldes cavam para mostrar os corpos encontrados no bairro Gargaresh, em Trípoli
Soldados aliados aos rebeldes cavam para mostrar os corpos encontrados no bairro Gargaresh, em Trípoli
Foto: AFP

Milhares de civis na cidade de Sirte foram pegos no meio do confronto. Trabalhadores da Cruz Vermelha que puderam chegar ao hospital da cidade descreveram pacientes procurando abrigo contra as balas nos corredores e a falta de médicos para atendê-los.

A tomada de Sirte é de grande importância simbólica para os novos líderes da Líbia, e até que seja capturada, eles estão deixando em espera os planos para começar a reconstruir o país norte-africano produtor de petróleo como uma democracia. O foco do Conselho Nacional de Transição (CNT) em Sirte deixou a Líbia em um limbo político, com apenas um governo de transição e milícias rivais armadas em Trípoli brigando por poder e influência.

Comandantes do CNT previram que terão controle total de Sirte, uma cidade costeira de 75 mil pessoas, até o final de semana. A cidade foi transformada na segunda capital da Líbia pelo líder deposto.

Eles prometeram que as unidades posicionadas nos arredores de Sirte serão trazidas à batalha na sexta-feira em uma ofensiva coordenada. Os comandantes estão trazendo tanques para se prepararem para o ataque coordenado em dois fronts.

Mas os leais a Kadafi, muitos deles de volta à Sirte após terem perdido o controle de outras cidades, estão impondo forte resistência. Eles não têm outro lugar para ir.

"Muitos deles são veteranos, fanáticos. Há também mercenários e pessoas fortemente leais a Kadafi", disse Matthew Van Dyke, norte-americano que luta com as forças anti-Kadafi. "Eles não vão desistir."

O confronto

Os combatentes anti-Kadafi haviam avançado nesta quinta-feira apenas um quilômetro em Sirte partindo de um hotel de luxo na costa do Mediterrâneo. Eles estavam em um bairro de vilas e blocos residenciais de onde usavam metralhadoras e granadas lançadas por foguetes para tentar tomar as posições dos franco-atiradores leais a Kadafi.

Eles se posicionaram para atirar, usando sacos de areia como escudo, próximos às janelas de apartamentos. Mas tomaram de volta tiroteio pesado, com os prédios sendo atingidos por balas e as varandas sendo demolidas.

Segundo os combatentes, os franco-atiradores estavam posicionados em uma mesquita próxima e no centro de conferência Ouagadougou.

Um porta-voz de Defesa do CNT, citado pela rede de televisão Al Jazeera, disse que um dos filhos de Muammar Kadafi, Mutassim, deixou Sirte e fugiu para o sul. De acordo com autoridades anti-Kadafi, o líder deposto estaria escondido no sul do país, no deserto do Saara.

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