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África

Família de Mandela se reúne para discutir situação do ex-presidente

Aos 94 anos, Nelson Mandela está internado há três dias em estado crítico

25 jun 2013 - 17h07
(atualizado em 27/6/2013 às 09h07)
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"Madiba, nós te amamos", diz cartaz fixado perto do hospital onde o ex-presidente está internado
"Madiba, nós te amamos", diz cartaz fixado perto do hospital onde o ex-presidente está internado
Foto: AP

Parentes de Nelson Mandela se reuniram nesta terça-feira em Qunu, cidade onde o ex-presidente da África do Sul passou a infância, enquanto personalidades, como o arcebispo da Cidade do Cabo, visitaram a clínica em Pretória onde o líder político segue em estado crítico.

A filha mais velha de Mandela, Makaziwe, e netos do ícone mundial da luta contra a discriminação racial se reuniram na casa construída por ele na época da queda do regime racista. "É uma reunião de amadlomos", declarou um dos participantes da reunião, em referência a um ramo do clã Thembu, do qual faz parte a família Mandela.

Nenhum membro da família quis informar o objetivo desta reunião, mas rumores indicam que o grupo teria discutido um possível local para o túmulo de Mandela.

Oficialmente, Mandela deve ser enterrado em Qunu, cidade onde passou seus primeiros anos. "Minha família está aqui e eu quero ser enterrado aqui, em casa", teria dito Mandela em 2003, filmado para um documentário no cemitério da cidade. Mas alguns parentes do ex-presidente gostariam que ele fosse enterrado em Mvezo, sua cidade natal, a cerca de 40 quilômetros de Qunu.

A 900 quilômetros desta região rural e cheia de vales, numa clínica militar de Pretória, o pai da democracia multirracial sul-africana, de 94 anos, continuava internado devido a uma grave infecção pulmonar. Em 2012, Mandela foi hospitalizado diversas vezes também por complicações pulmonares. Internado com urgência em 8 de junho, o estado de saúde de Madiba ficou mais grave no último domingo.

De acordo com a Presidência sul-africana, o quadro de Mandela nesta terça-feira permanecia crítico. O fluxo de visitas, restrito à família na última semana, aumentou nesta terça com a presença de personalidades como o arcebispo da Cidade do Cabo, chefe da igreja anglicana na África austral, Thabo Makgoba.

No último domingo, as autoridades eclesiásticas fizeram um apelo na internet para que os sul-africanos se preparem para o luto por Mandela. "Nós devemos voltar nossas preces a ele e deixar o Todo-poderoso decidir", recomendou também o vice-presidente Kgalema Motlanthe.

Apesar de acostumada com a ausência de Mandela, que não aparece em público desde 2010, na Copa do Mundo de futebol, a população sul-africana encara com dificuldade o desaparecimento do líder.

"Imaginá-lo deitado num leito de hospital e pensar que ele não vai melhorar é muito difícil. (...) Não queremos perdê-lo mesmo que saibamos que sua hora está chegando", comentou Vusi Mzimanda, que foi ao hospital onde Mandela está internado prestar sua homenagem. Diante do hospital, onde sua esposa, Graça Machel, permanece durante todo o dia, a presença da imprensa aumenta cada vez mais.

Muitas pessoas passam no hospital para deixar flores ou pequenas mensagens, enquanto alguns cantam o hino nacional da África do Sul. As paredes da clínica sumiram em meio a flores vermelhas e brancas, cartões e balões. Cem pombos foram soltos na frente do local.

Apesar das circunstâncias, o presidente Jacob Zuma continua seguindo sua agenda oficial. Nesta terça-feira, o presidente foi à província rural de Limpopo, norte do país, e na quinta deve ir a Moçambique. Na sexta-feira, Zuma deve receber o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que fará uma visita oficial de três dias.

Mas é pouco provável que o presidente americano visite Nelson Mandela. "O presidente Obama adoraria de ver o presidente Mandela, mas ele está doente", disse laconicamente à imprensa a ministra das Relações Exteriores, Maite Nkoane Mashebane.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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