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África

Exército egípcio está pronto para intervir em caso de distúrbios

23 jun 2013 - 13h31
(atualizado às 14h35)
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As Forças Armadas do Egito disseram neste domingo que "não ficarão caladas caso o país siga em direção a um conflito difícil de controlar", uma declaração que acontece em meio as crescentes tensões entre partidários e opositores do presidente egípcio, Mohammed Mursi.

Em um ato cultural organizado pelo Exército, o comandante chefe das Forças Armadas e ministro de Defesa egípcio, Abdel Fatah el Sisi, indicou que os militares "evitaram intervir na batalha política", em declarações divulgadas pela agência de notícias "Mena".

No entanto, o comandante advertiu que "agora a responsabilidade nacional e moral das Forças Armadas nos obriga a interferir para proibir que o Egito vá em direção ao conflitos, os choques internos, à criminalidade e à discórdia sectária".

El Sisi afirmou que o Egito se encontra em um estado de "grande divisão", cuja continuidade "representa um perigo para a segurança do país", por isso que pediu a reconciliação nacional.

Perante os protestos convocados para o dia 30 de junho para exigir a renúncia de Mursi e eleições presidenciais antecipadas, o ministro da Defesa considerou que ainda há margem para chegar a um acordo com a forças políticas.

O ministro também argumentou que o Exército trabalhou com "neutralidade total" e se afastou da política desde que Mursi assumiu o poder em 30 de junho de 2012.

"Assumimos a responsabilidade de proteger a vontade do povo egípcio e não vamos permitir qualquer agressão contra ele", disse El Sisi, para quem a relação entre o Exército e o povo é "eterna".

Além disso, o comandante rejeitou que o Exécito irá se "manter calado frente aos insultos às Forças Armadas".

Na sexta-feira passada, milhares de islamitas apoiaram Mursi em uma manifestação no Cairo, em resposta às chamadas da oposição para que renuncie, quando se aproxima o primeiro aniversário de sua ascensão ao poder.

Na última semana, foram registrados distúrbios em diferentes pontos do país por conta da polêmica nomeação de 17 novos governadores de províncias por parte de Mursi, alguns vinculados à Irmandade Muçulmana.

Ontem, ocorreram choques entre manifestantes e membros do partido salafista de Al Nour em frente sua sede do grupo na cidade de Mahala, a cerca de 95 quilômetros ao norte do Cairo, deixando um menor gravemente ferido.

EFE   
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